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emoquímica
My Chemical Romance chega ao Rio, foge do sol e nega ser emo; banda se apresenta hoje e amanhã em São Paulo
LETICIA DE CASTRO
ENVIADA ESPECIAL AO RIO
Nem mesmo o calor
do verão carioca foi
suficiente para tirar a pose emo/gótica dos roqueiros
do My Chemical Romance. A
banda chegou ao Rio, onde tocaria na sexta-feira, na tarde de
quinta-feira, sob um calor de
mais de 30 graus com o look de
sempre: roupas pretas, cabelos
no rosto e agasalhos.
Ray Toro (guitarra) parecia o
mais adaptado ao clima tropical: usava camiseta e calça
jeans. Já Mikey Way (baixo)
não abriu mão de um moletom
listrado preto e cinza e Bob
Bryar (bateria), além do moletom preto, ostentava um gorro
por cima da cabeleira loira. Já
Frank Iero (guitarra) não chegou a dar as caras.
Praia, portanto, não estava
nos planos dos músicos.
"Olhando para eles dá para perceber que eles não fazem muito
o tipo que gosta de tomar sol e
pegar praia, certo?", brincou
Jeffrey, empresário da banda.
Assim, o Rio passou meio
despercebido na agenda do
grupo. Tirando Mikey e Ray,
que saíram do hotel para passear na quinta à tarde, os outros
integrantes ficaram enfurnados em seus quartos. "A gente
vai aproveitar mais São Paulo.
Temos amigos na cidade, e eles
devem nos levar para lugares
interessantes", soltou Jeffrey.
Sexta-feira foi o dia de o vocalista Gerard Way -com os
cabelos pretos, mais compridos
e franjinha- chegar ao país. De
casaco militar bege, camiseta,
calça e tênis pretos, ele chegou
ao hotel às 14h e cruzou o lobby
rapidamente direto para o restaurante, deixando os únicos
quatro fãs que o aguardavam de
mãos abanando, sem um autógrafo sequer.
Nem um aceno
"Eu sabia que ele era difícil,
por isso não criei muita expectativa. Mas não esperava tanta
antipatia e arrogância", confessou o estudante Pablo Rodriguez, 19, que passou a madrugada de quinta para sexta acordado, na calçada do hotel, na
esperança de conseguir uma
foto com Gerard.
Nem foto, nem autógrafo,
nem um mísero aceno. Quando
percebeu a movimentação, o
vocalista acionou seu segurança para tentar expulsar os fãs e
a reportagem do Folhateen do
local. "Fiquei decepcionada.
Nunca encontrei um artista tão
antipático", disse Júlia Werneck, 16, que também fez plantão no hotel em que o 30 Seconds to Mars ficou no Rio e
chegou a se hospedar no mesmo hotel que o Simple Plan, só
para garantir alguns minutos
ao lado dos ídolos.
Apesar de ser a mais nova,
Karina Yamane, 13, era a mais
experiente do grupo. Ela acompanhou a vinda ao Brasil de
Placebo, Simple Plan, The Killers, Arctic Monkeys, Bjork,
Hillary Duff, Rufio e The Used,
sempre de prontidão na porta
dos hotéis. E já conseguiu se
dar bem. "Conversei bastante
com o Alex, do Arctic Monkeys.
Ele foi o mais simpático até
agora", revela.
Novata, a estudante Josilaine Ribeiro, 20, estreou no universo groupie com o My Chemical Romance. Ela foi com o
amigo Pablo na quinta-feira
para o hotel para tentar algum
contato com os músicos.
A dupla demorou três horas
para se deslocar de Niterói (onde moram) até a Barra da Tijuca, onde a banda ficou hospedada. Pegaram balsa, ônibus,
metrô, táxi, gastaram mais de
R$ 100 e não dormiram um minuto sequer de quinta para
sexta-feira. "Estou achando
que não valeu a pena. Nem
conseguimos chegar perto deles", lamentava Josilaine.
Ex-fã de Chiquititas e Xuxa,
Pablo se "converteu" ao rock
graças ao My Chemical Romance. "Foi a primeira banda
de que eu gostei. Antes eu
achava rock muito pesado, só
ouvia pop. Mas me identifiquei
com as letras e adorei as melodias do grupo", diz o estudante.
Karina vai mais longe: "My
Chemical Romance salvou a
minha vida. As músicas traduziam o que eu sentia numa
época difícil. Comecei a ouvir
rock por eles", completa.
MY CHEMICAL ROMANCE
EM SÃO PAULO
ONDE >> Via Funchal (r. Funchal, 65,
Vila Olímpia; www.viafunchal.com.br)
QUANDO >> hoje (esgotado) e
amanhã, às 21h30
QUANTO >> R$ 140 (pista), R$ 180
(mezanino) e R$ 250 (camarote)
CENSURA >> 14 anos (acompanhado
de maior de 18 anos responsável)
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