São Paulo, segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

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emoquímica

My Chemical Romance chega ao Rio, foge do sol e nega ser emo; banda se apresenta hoje e amanhã em São Paulo

LETICIA DE CASTRO
ENVIADA ESPECIAL AO RIO

Nem mesmo o calor do verão carioca foi suficiente para tirar a pose emo/gótica dos roqueiros do My Chemical Romance. A banda chegou ao Rio, onde tocaria na sexta-feira, na tarde de quinta-feira, sob um calor de mais de 30 graus com o look de sempre: roupas pretas, cabelos no rosto e agasalhos.
Ray Toro (guitarra) parecia o mais adaptado ao clima tropical: usava camiseta e calça jeans. Já Mikey Way (baixo) não abriu mão de um moletom listrado preto e cinza e Bob Bryar (bateria), além do moletom preto, ostentava um gorro por cima da cabeleira loira. Já Frank Iero (guitarra) não chegou a dar as caras.
Praia, portanto, não estava nos planos dos músicos. "Olhando para eles dá para perceber que eles não fazem muito o tipo que gosta de tomar sol e pegar praia, certo?", brincou Jeffrey, empresário da banda.
Assim, o Rio passou meio despercebido na agenda do grupo. Tirando Mikey e Ray, que saíram do hotel para passear na quinta à tarde, os outros integrantes ficaram enfurnados em seus quartos. "A gente vai aproveitar mais São Paulo. Temos amigos na cidade, e eles devem nos levar para lugares interessantes", soltou Jeffrey.
Sexta-feira foi o dia de o vocalista Gerard Way -com os cabelos pretos, mais compridos e franjinha- chegar ao país. De casaco militar bege, camiseta, calça e tênis pretos, ele chegou ao hotel às 14h e cruzou o lobby rapidamente direto para o restaurante, deixando os únicos quatro fãs que o aguardavam de mãos abanando, sem um autógrafo sequer.

Nem um aceno
"Eu sabia que ele era difícil, por isso não criei muita expectativa. Mas não esperava tanta antipatia e arrogância", confessou o estudante Pablo Rodriguez, 19, que passou a madrugada de quinta para sexta acordado, na calçada do hotel, na esperança de conseguir uma foto com Gerard.
Nem foto, nem autógrafo, nem um mísero aceno. Quando percebeu a movimentação, o vocalista acionou seu segurança para tentar expulsar os fãs e a reportagem do Folhateen do local. "Fiquei decepcionada. Nunca encontrei um artista tão antipático", disse Júlia Werneck, 16, que também fez plantão no hotel em que o 30 Seconds to Mars ficou no Rio e chegou a se hospedar no mesmo hotel que o Simple Plan, só para garantir alguns minutos ao lado dos ídolos.
Apesar de ser a mais nova, Karina Yamane, 13, era a mais experiente do grupo. Ela acompanhou a vinda ao Brasil de Placebo, Simple Plan, The Killers, Arctic Monkeys, Bjork, Hillary Duff, Rufio e The Used, sempre de prontidão na porta dos hotéis. E já conseguiu se dar bem. "Conversei bastante com o Alex, do Arctic Monkeys. Ele foi o mais simpático até agora", revela.
Novata, a estudante Josilaine Ribeiro, 20, estreou no universo groupie com o My Chemical Romance. Ela foi com o amigo Pablo na quinta-feira para o hotel para tentar algum contato com os músicos.
A dupla demorou três horas para se deslocar de Niterói (onde moram) até a Barra da Tijuca, onde a banda ficou hospedada. Pegaram balsa, ônibus, metrô, táxi, gastaram mais de R$ 100 e não dormiram um minuto sequer de quinta para sexta-feira. "Estou achando que não valeu a pena. Nem conseguimos chegar perto deles", lamentava Josilaine.
Ex-fã de Chiquititas e Xuxa, Pablo se "converteu" ao rock graças ao My Chemical Romance. "Foi a primeira banda de que eu gostei. Antes eu achava rock muito pesado, só ouvia pop. Mas me identifiquei com as letras e adorei as melodias do grupo", diz o estudante.
Karina vai mais longe: "My Chemical Romance salvou a minha vida. As músicas traduziam o que eu sentia numa época difícil. Comecei a ouvir rock por eles", completa.


MY CHEMICAL ROMANCE
EM SÃO PAULO

ONDE >> Via Funchal (r. Funchal, 65, Vila Olímpia; www.viafunchal.com.br)

QUANDO >> hoje (esgotado) e amanhã, às 21h30

QUANTO >> R$ 140 (pista), R$ 180 (mezanino) e R$ 250 (camarote)

CENSURA >> 14 anos (acompanhado de maior de 18 anos responsável)



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