São Paulo, segunda-feira, 18 de abril de 2005

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02 NEURÔNIO

O homem moderno (ou o neo-homem antigo)

JÔ HALLACK
NINA LEMOS
RAQ AFFONSO


Muito se fala da crise do homem moderno. Que ele não sabe se comportar diante da nova mulher. Que ele está perdido. Que ele é sensível. Mas, observando alguns espécimes desse novo homem -mais especificamente de exemplares entre 20 e 40 anos-, chegamos a uma conclusão: o homem moderno nada mais é do que o homem antigo. Só que muito mais folgado.
Na época em que os nossos pais eram jovens adultos, os homens tinham um papel bem claro. Deveriam ter um trabalho, sustentar a casa e ter uma família com filhos. Hoje em dia, com as mulheres trabalhando -e muitas vezes ganhando mais do que os homens e sustentando suas casas-, muitos homens começaram a ter ataques e pitis.
O homem moderno tem crises quando a gente toma a iniciativa; quando a gente pede pra ele lavar a louça; quando a gente pergunta a que horas ele vai chegar, pede para ele trocar a lâmpada ou quando ele tem que encarar alguma coisa realmente séria. Ele se sente pressionado. E a gente se transforma na mulher castradora. Na rádio-patroa. "Igualzinho à minha mãe", alguns falam.
Ou seja, o homem moderno nada mais é do que o homem antigo. Só que muito mais folgado. Porque eles ainda querem uma mulher que não seja uma ameaça, que não cobre, que esteja cheirosa e perfumada quando ele chegar do trabalho, de preferência com o jantar pronto.
E que traga as chinelas.
Mas, se é para trazer as chinelas, às vezes nos perguntamos se não seria melhor ficarmos em casa lânguidas e frescas. E, em vez de irmos trabalhar, poderíamos passar nossas tardes fazendo cursos de história da arte e chás beneficentes. E seríamos iguais às mulheres antigas. Só que mais folgadas. Porque, em vez de fazer a janta, iríamos servir congelados!

Momentos de histeria
Alguma coisa está fora da ordem

02neuronio@uol.com.br

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