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02 NEURÔNIO
O homem moderno (ou o neo-homem antigo)
JÔ HALLACK
NINA LEMOS
RAQ AFFONSO
Muito se fala da crise
do homem moderno. Que ele não sabe
se comportar diante
da nova mulher.
Que ele está perdido. Que ele é sensível. Mas, observando alguns espécimes desse novo homem -mais especificamente de exemplares entre
20 e 40 anos-, chegamos a uma
conclusão: o homem moderno nada
mais é do que o homem antigo. Só
que muito mais folgado.
Na época em que os nossos pais
eram jovens adultos, os homens tinham um papel bem claro. Deveriam ter um trabalho, sustentar a casa e ter uma família com filhos. Hoje
em dia, com as mulheres trabalhando -e muitas vezes ganhando mais
do que os homens e sustentando
suas casas-, muitos homens começaram a ter ataques e pitis.
O homem moderno tem crises
quando a gente toma a iniciativa;
quando a gente pede pra ele lavar a
louça; quando a gente pergunta a que
horas ele vai chegar, pede para ele
trocar a lâmpada ou quando ele tem
que encarar alguma coisa realmente
séria. Ele se sente pressionado. E a
gente se transforma na mulher castradora. Na rádio-patroa. "Igualzinho à minha mãe", alguns falam.
Ou seja, o homem moderno nada
mais é do que o homem antigo. Só
que muito mais folgado. Porque eles
ainda querem uma mulher que não
seja uma ameaça, que não cobre, que
esteja cheirosa e perfumada quando
ele chegar do trabalho, de preferência com o jantar pronto.
E que traga as chinelas.
Mas, se é para trazer as chinelas, às
vezes nos perguntamos se não seria
melhor ficarmos em casa lânguidas e
frescas. E, em vez de irmos trabalhar,
poderíamos passar nossas tardes fazendo cursos de história da arte e
chás beneficentes. E seríamos iguais
às mulheres antigas. Só que mais folgadas. Porque, em vez de fazer a janta, iríamos servir congelados!
Momentos de histeria
Alguma coisa está fora da ordem
02neuronio@uol.com.br
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