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Educadores discordam sobre teste
DA REPORTAGEM LOCAL
Enfrentar um vestibulinho no início da adolescência é bom para os estudantes? Para Fernando Almeida, professor da pós-graduação em educação da
PUC-SP, sim. "Um desafio
para um garoto nessa fase
da vida é saudável. Quando
uma pessoa termina uma
determinada fase de estudos, é importante prestar
contas de que ela aprendeu
aquele conteúdo", analisa.
Almeida, no entanto, chama a atenção para alguns
perigos desse momento.
"O ruim é quando existe
uma pressão exagerada da
família, comparando o desempenho de um garoto
com o de outro. Isso é uma
distorção", afirma.
Já para Angela Soligo,
coordenadora de pedagogia
da faculdade de educação da
Unicamp, o ideal é que os jovens não precisem passar
por isso. "Ao fazer vestibulinhos, que são muito rigorosos e estressantes, a escola
já está selecionando um
perfil de aluno, que tem histórico de interesse por estudo. Ela homogeneiza a sua
clientela. E os outros? E as
diferenças? Elas não cabem
nessa escola. A boa escola é
aquela que ensina bem a
qualquer aluno", defende.
Angela critica também o
que chama de "perfil conteudista" das escolas que
aplicam vestibulinhos.
"Não acho saudável que três
anos na vida de um jovem
sejam dedicados para um
ensino que os conduz para
um único caminho, que é o
caminho do mercado de trabalho", diz. "O ideal é o adolescente não passar por isso,
viver o ensino médio que
traga de volta o caráter humanista da educação, que
traga diversidade e possibilidade pensar o mundo."
(LC)
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