São Paulo, segunda-feira, 18 de junho de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Educadores discordam sobre teste

DA REPORTAGEM LOCAL

Enfrentar um vestibulinho no início da adolescência é bom para os estudantes? Para Fernando Almeida, professor da pós-graduação em educação da PUC-SP, sim. "Um desafio para um garoto nessa fase da vida é saudável. Quando uma pessoa termina uma determinada fase de estudos, é importante prestar contas de que ela aprendeu aquele conteúdo", analisa.
Almeida, no entanto, chama a atenção para alguns perigos desse momento.
"O ruim é quando existe uma pressão exagerada da família, comparando o desempenho de um garoto com o de outro. Isso é uma distorção", afirma.
Já para Angela Soligo, coordenadora de pedagogia da faculdade de educação da Unicamp, o ideal é que os jovens não precisem passar por isso. "Ao fazer vestibulinhos, que são muito rigorosos e estressantes, a escola já está selecionando um perfil de aluno, que tem histórico de interesse por estudo. Ela homogeneiza a sua clientela. E os outros? E as diferenças? Elas não cabem nessa escola. A boa escola é aquela que ensina bem a qualquer aluno", defende.
Angela critica também o que chama de "perfil conteudista" das escolas que aplicam vestibulinhos. "Não acho saudável que três anos na vida de um jovem sejam dedicados para um ensino que os conduz para um único caminho, que é o caminho do mercado de trabalho", diz. "O ideal é o adolescente não passar por isso, viver o ensino médio que traga de volta o caráter humanista da educação, que traga diversidade e possibilidade pensar o mundo." (LC)


Texto Anterior: Competição particular
Próximo Texto: Estilo: Os tecnossexuais
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.