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DVD
Filmes de luta chineses dos anos 70 ganham nova edição, trilha e dublagem, feita por rappers que zoam todo o enredo
Kung hip hop fu
DA REPORTAGEM LOCAL
Há uma brincadeira que consiste em
abaixar o volume da TV durante
um filme qualquer e inventar uma
nova dublagem para seus personagens.
Agora, imagine se esse filme fosse chinês,
dos anos 70, de kung fu e, na dublagem, estivessem artistas de hip hop da gravadora
nova-iorquina Tommy Boy.
Essa diversão garantida chega ao Brasil,
em novembro, no DVD "Kung Faux Vol.
1", que traz duas histórias hilariantes. De
quebra, uma edição descolada que inclui
efeitos especiais, gráficos de videogame,
onomatopéias no melhor estilo do antigo
seriado de TV "Batman" e, o melhor, as
histórias longas e muitas vezes cansativas
dessas produções foram reduzidas para especiais de menos de meia hora cada um.
"Kung Faux" é um cult instantâneo. Em
época de "Kill Bill Vol. 2", de Quentin Tarantino, em cartaz nos cinemas brasileiros,
a primeira história, "Ill Master", parece
mais atual do que nunca.
Um bairro é dominado pela máfia chinesa que cobra dinheiro dos moradores locais
em troca de proteção. Um jovem, o herói
do filme, usa a arte do kung fu para livrar o
local dos malfeitores. Mas a tranqüilidade
dura pouco. Os mafiosos chamam Tiger,
um chinês mal-encarado e lutador desonesto, que surra o pobre defensor.
O herói vai procurar a ajuda de Ill Master,
um velho cego que não pára de fumar maconha em momento nenhum.
No melhor estilo mestre Pai Mei e A Noiva, de "Kill Bill Vol. 2", ele ensina segredos
do kung fu ao jovem, que acaba "kicking
the ass" do mafioso Tiger, o mesmo que
deixou o velho cego no passado.
Na outra história, "Boxcutta", um lutador fracassado de kickbox tailandês aprende de um professor chinês a arte do kung fu
e do golpe que dá nome ao filme: um soco
mortal que penetra no corpo do inimigo e
arranca um dos órgãos internos. No final,
ele usa os ensinamentos para vingar a morte do mestre.
O novo roteiro traz dublagens cheias de
gírias superengraçadas, apesar de trazerem
um certo excesso de palavrões.
E como extras do DVD, há os dois filmes
sem as vozes, apenas com a trilha sonora de
hip hop, para você dublar do jeito que bem
entender. É a chance de você entrar no quebra-pau dos filmes chineses dos anos 70
sem se machucar e ainda se divertir a valer.
(LEANDRO FORTINO)
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