São Paulo, segunda-feira, 18 de outubro de 2004

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DVD

Filmes de luta chineses dos anos 70 ganham nova edição, trilha e dublagem, feita por rappers que zoam todo o enredo

Kung hip hop fu

DA REPORTAGEM LOCAL

Há uma brincadeira que consiste em abaixar o volume da TV durante um filme qualquer e inventar uma nova dublagem para seus personagens. Agora, imagine se esse filme fosse chinês, dos anos 70, de kung fu e, na dublagem, estivessem artistas de hip hop da gravadora nova-iorquina Tommy Boy.
Essa diversão garantida chega ao Brasil, em novembro, no DVD "Kung Faux Vol. 1", que traz duas histórias hilariantes. De quebra, uma edição descolada que inclui efeitos especiais, gráficos de videogame, onomatopéias no melhor estilo do antigo seriado de TV "Batman" e, o melhor, as histórias longas e muitas vezes cansativas dessas produções foram reduzidas para especiais de menos de meia hora cada um.
"Kung Faux" é um cult instantâneo. Em época de "Kill Bill Vol. 2", de Quentin Tarantino, em cartaz nos cinemas brasileiros, a primeira história, "Ill Master", parece mais atual do que nunca.
Um bairro é dominado pela máfia chinesa que cobra dinheiro dos moradores locais em troca de proteção. Um jovem, o herói do filme, usa a arte do kung fu para livrar o local dos malfeitores. Mas a tranqüilidade dura pouco. Os mafiosos chamam Tiger, um chinês mal-encarado e lutador desonesto, que surra o pobre defensor.
O herói vai procurar a ajuda de Ill Master, um velho cego que não pára de fumar maconha em momento nenhum.
No melhor estilo mestre Pai Mei e A Noiva, de "Kill Bill Vol. 2", ele ensina segredos do kung fu ao jovem, que acaba "kicking the ass" do mafioso Tiger, o mesmo que deixou o velho cego no passado.
Na outra história, "Boxcutta", um lutador fracassado de kickbox tailandês aprende de um professor chinês a arte do kung fu e do golpe que dá nome ao filme: um soco mortal que penetra no corpo do inimigo e arranca um dos órgãos internos. No final, ele usa os ensinamentos para vingar a morte do mestre.
O novo roteiro traz dublagens cheias de gírias superengraçadas, apesar de trazerem um certo excesso de palavrões.
E como extras do DVD, há os dois filmes sem as vozes, apenas com a trilha sonora de hip hop, para você dublar do jeito que bem entender. É a chance de você entrar no quebra-pau dos filmes chineses dos anos 70 sem se machucar e ainda se divertir a valer. (LEANDRO FORTINO)

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