São Paulo, segunda-feira, 18 de outubro de 2004

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MÚSICA

Ex-integrantes do grupo se reúnem sem o vocalista Scott Stapp para formar o Alter Bridge, que lança "One Day Remains"

Creed em dobro

DA REPORTAGEM LOCAL

Os fãs que choraram o fim do grupo americano Creed, do hit "With Arms Wide Open", ganharam de volta uma boa notícia e em dobro. A banda se dividiu em duas: de um lado, o vocalista Scott Stapp pretende lançar seu primeiro álbum solo entre o fim deste ano e o começo do ano que vem; de outro, os integrantes remanescentes se juntaram para criar o Alter Bridge, que lança agora no Brasil o álbum de estréia, "One Day Remains".
Para assumir o microfone da banda, foi convocado o vocalista Myles Kennedy, que integrava o grupo Mayfield Four. Já para o baixo, o Alter Bridge recrutou novamente Brian Marshall, que deixou o Creed no meio do ano 2000 e transformou o quarteto em um trio que durou até o início de 2004.
A saída de Scott Stapp parece ter sido um alívio para o resto do Creed, como contou ao Folhateen o baterista Scott Phillips, por telefone, durante a passagem de som de um show em Nova York, no início do mês.
"Foi uma decisão coletiva. Mark [Tremonti, guitarrista] e eu sabíamos que isso aconteceria. Tentamos trabalhar no quarto disco do Creed, mas não deu certo. Quisemos nos separar de Scott e criar o Alter Bridge. Scott agora trabalha no seu próprio material e saiu do caminho para que pudéssemos fazer o que estávamos a fim. É sempre saudável mudar para melhor", diz.
"Perdemos a habilidade de nos comunicar. Não conseguíamos mais nos relacionar com Scott Stapp. Não resolvíamos os problemas, não prestávamos atenção uns nos outros até ficar tarde demais para resolvermos nossas diferenças", explica.
O baterista não acha que a mesma banda com um vocalista diferente faz uma cópia do Creed. "Com o Alter Bridge, temos a oportunidade de fazer um som mais pesado e agressivo, que é algo que perdemos com o Creed e estamos reconquistando. Mark e Myles trazem um jeito diferente de compor. Os temas do Alter Bridge têm mais a ver com a condição humana e com a vida diária, enquanto Scott Stapp tinha uma visão mais espiritual."
Segundo ele, a banda não tem sofrido o problema encarado pelo Velvet Revolver, cuja platéia dos shows não pára de pedir músicas do Guns N'Roses. "Ninguém tem pedido para a gente tocar Creed, o que é bom. Decidimos desde o início que tocaríamos apenas as nossas próprias músicas e algumas covers dos anos 70, mas ninguém parece querer ouvir músicas do Creed."
Sobre a pressão de repetir o mesmo sucesso milionário do Creed, Scott Phillips diz o seguinte: "Acho que é muito difícil repetir isso. É claro que todos nós adoraríamos isso, mas não é uma expectativa que temos. Estamos felizes com o disco, com o jeito que a banda é e com o nível de excitação dos nossos fãs. Se ficarmos tão grandes quanto o Creed será sensacional mas, se não ficarmos, também estaremos satisfeitos". (LEANDRO FORTINO)

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