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Trabalho não deve interferir nos estudos
DA REPORTAGEM LOCAL
Há diversas questões que devem ser levadas em consideração antes de um jovem
aceitar um emprego de fim de ano,
segundo especialistas ouvidos pelo
Folhateen. Marcos Vono, 40, psicólogo e gerente de carreiras do Instituto Brasileiro de Tecnologia, acha que,
se a atividade não prejudicar os estudos, é muito positivo que o jovem
busque uma experiência, como uma
atividade comercial no fim do ano.
"O jovem tem de continuar investindo em conhecimento mas também tem de aprender a lidar com as
diferenças que acontecem no ambiente de trabalho."
Para Vono, muitos jovens não têm
idéia de como funciona uma organização e, às vezes, podem ter um potencial muito grande, mas têm uma
postura equivocada, porque nunca
viveram a experiência do trabalho.
Para Natércia Tiba, 29, psicóloga de
crianças e adolescentes, a decisão de
um jovem trabalhar ou não deve vir
de casa, porque o adolescente segue
as regras da família. "O jovem que
busca emprego muitas vezes pensa:
"Eu trabalho, esse dinheiro é meu", e
isso dá a ele um poder que ele não teria." Segundo ela, a família deve conversar com o jovem para saber qual é
o objetivo dele com o trabalho e se o
emprego interferirá nos estudos.
"O que tem de ficar claro é que, se é
um jovem que ainda é sustentado pela família, o trabalho não vai mudar
isso. As obrigações continuam, e o
trabalho pode acabar mais atrapalhando do que ajudando", explica.
Helena Abramo, 45, socióloga e
consultora especial do projeto Juventude, que lança hoje a pesquisa Perfil
da Juventude Brasileira, identificou
nesse estudo que a relação do jovem
com o trabalho é muito mais ampla e
complexa do que se pensava.
"Entre as questões levantadas pela
pesquisa estava qual palavra está
mais associada ao trabalho. Em primeiro lugar veio necessidade, mas
em seguida veio independência. Trabalho tem a ver com a questão de ter
dinheiro para fazer os gastos que eles
consideram interessantes e que não
são necessariamente aqueles definidos pela família como prioritários.
Eles sabem que só vão poder fazê-los
se tiverem o próprio dinheiro, do
qual eles podem decidir a aplicação."
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