São Paulo, segunda-feira, 18 de outubro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CINEMA

Tubarões de verdade metem muito medo em "Mar Aberto", filme de horror que estréia no próximo dia 22; ao lado, confira o quanto você conhece sobre o cinema e os mares

Medo profundo

Divulgação
O casal Daniel (Daniel Travis) e Susan (Blanchard Ryan) perdidos entre tubarões em "Mar Aberto", que estréia no dia 22


SYLVIA COLOMBO
EDITORA DO FOLHATEEN

Lembra da agonia dos personagens de "A Bruxa de Blair" (1999), perdidos na floresta, sem saber para que direção seguir? Agora imagine essa mesma sensação de desorientação, angústia e desespero, só que no meio do oceano e... num lugar cheio de tubarões.
Em "Mar Aberto" (Chris Kentis), que estréia no dia 22, você vai, sim, sentir muito medo. Esse filme de horror e suspense é baseado em uma história real sobre dois mergulhadores que passaram dias perdidos à deriva. As imagens têm jeitão de filme caseiro, daqueles vídeos de férias familiares mesmo. Mas o que elas mostram é de deixar qualquer um de cabelos em pé.
Daniel e Susan são um casal de americanos loiros e lindos. Cansados do dia-a-dia, parecem meio aborrecidos com o casamento. O sexo já não rola mais, e os dois não desgrudam do celular, preocupados com o trabalho. Decidem, então, tirar férias e rumam para uma ilha caribenha.
Lá, saem para mergulhar com um grupo. Tudo parece muito seguro em princípio, há instrutores, cuidados com os procedimentos e equipamento para todos. Até que, ao voltar à superfície depois de um mergulho, Daniel e Susan não vêem mais o barco, nem os outros mergulhadores. Nem mais nada. Só há oceano para todos os lados.
No começo, não ficamos sabendo o que aconteceu quando o barco voltou à terra firme. Se a ausência do casal foi notada por alguém ou se já há equipes de busca à sua procura. Ficamos perdidos no meio do mar junto com os dois.
No começo eles mantêm a calma. Brincam de quiz sobre cinema (mais ou menos como esse aí ao lado), fazem piadas nervosas sobre o casamento, a sogra etc. Até que surgem os primeiros tubarões -foram usados animais de verdade nas filmagens- e, com eles, o terror de não saber o que mais pode haver ali. "Não sei se é melhor vê-los ou NÃO vê-los", diz Susan.
Há sustos repentinos, como o momento em que os dois adormecem e acordam separados vários metros um do outro, mas o que prevalece é uma sensação de agonia constante. Se você já viu "Tubarão" (1975), sabe mais ou menos do que falo.
Quando os tubarões começam efetivamente a atacá-los, todo o espírito de "calma, meu amor" vai literalmente por água abaixo e começa uma inusitada, mas típica, briga de casal, com a única diferença de que, aqui, a mulher não pode mandar o marido dormir no sofá. "De quem foi a idéia dessas férias?", "eu preferia ter ido esquiar", "você sempre deixa as coisas para a última hora, por isso perdemos o barco".
Os corpos vão sendo destruídos, aos poucos, por mordidas de tubarão, sede e náuseas. Ao mesmo tempo, vemos o medo desmontar as personalidades. É claro que não vou lhe contar como a história acaba. Basta dizer que, com mais meia hora de suspense assim, era a platéia quem teria de clamar por uma equipe de resgate.


Texto Anterior: Em caso de dúvida, procure a monitoria
Próximo Texto: 02 neurônio: A ligação do dia seguinte burocrática
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.