ASSISTI HÁ três semanas nos EUA ao "A Rede Social" ("The Social Network"), sobre a criação do Facebook.
O longa se passa em Harvard, onde Mark Zuckerberg estudava quando criou o site. Isso não deixa de ser curioso para mim. Estudei lá na mesma época e foi engraçado ver os prédios da universidade e pensar que tudo aconteceu ali.
Mas o importante é que o filme é bom mesmo.
Além de divertido, faz um balanço do nosso tempo ao focar os dois "heróis" contemporâneos: Mark Zuckerberg e seu jovem colega brasileiro Eduardo Saverin.
Coloquei aspas em "heróis" porque ambos enfrentam decisões duras e dilemas morais. Mark toma as decisões certas, mas falha moralmente. Eduardo é mostrado como o herói moral, mas equivocado quanto ao futuro do Facebook.
O filme fala também de como a mídia mudou. O sucesso do Facebook acontece porque as pessoas estão cada vez mais interessadas nelas mesmas.
Lembrei-me na hora de outro grande filme, "Network" (Rede de Intrigas - imdb.to/1hlJ0K), que fala do impacto de outra "rede" nos anos 70: a televisão.
Nele, a TV é dominada por gente velha e a única jovem tem um final trágico.
É o contrário do Facebook, feito em um dormitório por garotos. Mas, apesar de antigo, continua atual: previu da ironia da MTV aos reality shows.
Como disse o "New York Times", há duas visões sobre "A Rede Social".
Quem é mais velho sai achando que Mark Zuckerberg é o bandido. Quem é mais novo sai pensando que ele é um rockstar. Por isso, até a reação do Facebook mudou. No início, alegaram que era apenas "ficção". Depois, ao perceberem reações positivas, passaram a incentivar os próprios funcionários a irem ao cinema.
Da minha parte, saí do filme e fui imediatamente espiar o perfil de Mark Zuckerberg no Facebook. Tentei adicioná-lo, mas o botão "adicionar aos amigos" está desabilitado. Acho que ele já tem amigos demais.