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São Paulo, segunda-feira, 19 de maio de 2003

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FOLHATEEN EXPLICA

Estudo da OMS mostra o peso que têm as mortes por causas violentas

Trânsito mata mais jovens que crime e suicídio no mundo

DA REDAÇÃO

Acidentes acontecem. E matam quatro vezes mais do que as guerras. Ao contrário do que se pensa, muito mais pessoas se suicidam do que são assassinadas. É o que mostra um relatório divulgado na semana passada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Segundo o estudo do órgão da ONU, quase 90% das mortes violentas, acidentais ou intencionais, ocorreram em países pobres. Ao todo, mais de 5 milhões de pessoas morreram por causas violentas, o que representa 10% das mortes ocorridas em 2000.
Acidentes de trânsito são a maior causa de mortes violentas, com 1,26 milhão de vítimas fatais naquele ano. Em segundo, aparece o suicídio e o assassinato.
Na faixa etária de 5 a 29 anos, os acidentes de trânsito são a segunda principal causa de morte. Entre os que têm até 14 anos, só o sarampo e outras doenças infantis matam mais. No grupo que têm de 15 a 29 anos, a Aids é a causa mais frequente de morte.
Para os jovens -menos sujeitos a óbitos por causas naturais-, as mortes do tipo violento são a principal causa das perdas.
Na América do Norte, por exemplo, os homicídios só são menos frequentes que os acidentes de trânsito como as causas das mortes de jovens. Já na Europa e no Japão, a combinação de fatores de risco, entre os quais encontram-se o isolamento social dos indivíduos e a fragilidade dos laços familiares, eleva consideravelmente a ocorrência de suicídios.
Apenas na ex-União Soviética as taxas de suicídio são tão altas quanto as de homicídio. Isso se explica pelas mudanças abruptas na economia, pela criminalidade crescente, pelo alcoolismo e pelo fácil acesso a armas.
Apesar de o estudo da OMS não trazer uma análise isolada do Brasil, outros relatórios já mostraram que, na faixa etária de 15 a 24 anos, os homicídios e os acidentes de trânsito lideram as mortes violentas.
Para a OMS, as mortes violentas provocam um alto custo social e precisam ser prevenidas, embora seja impossível evitá-las.
"A morte e a deficiência física têm sérias implicações para as vítimas, suas famílias e outros dependentes: redução da qualidade de vida, sofrimento e pobreza. Em termos econômicos, os custos com cirurgia, internamento prolongado e longa reabilitação das vítimas representam dezenas de bilhões de dólares todos os anos", disse Gro Harlem Brundtland, diretora-geral da OMS.
Como lembra o médico Etienne Krug, coordenador do estudo da OMS, "até sabemos como prevenir os acidentes de trânsito. Suicídios e assassinatos, porém, são mais complexos. Realmente, não temos respostas para esses problemas".



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