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FOLHATEEN EXPLICA
Estudo da OMS mostra o peso que têm as mortes por causas violentas
Trânsito mata mais jovens que crime e suicídio no mundo
DA REDAÇÃO
Acidentes acontecem. E matam quatro vezes
mais do que as guerras. Ao contrário do
que se pensa, muito mais pessoas se suicidam
do que são assassinadas. É o que mostra um
relatório divulgado na semana passada pela
Organização Mundial da Saúde (OMS).
Segundo o estudo do órgão da ONU, quase
90% das mortes violentas, acidentais ou intencionais, ocorreram em países pobres. Ao
todo, mais de 5 milhões de pessoas morreram
por causas violentas, o que representa 10%
das mortes ocorridas em 2000.
Acidentes de trânsito são a maior causa de
mortes violentas, com 1,26 milhão de vítimas
fatais naquele ano. Em segundo, aparece o
suicídio e o assassinato.
Na faixa etária de 5 a 29 anos, os acidentes
de trânsito são a segunda principal causa de
morte. Entre os que têm até 14 anos, só o sarampo e outras doenças infantis matam mais.
No grupo que têm de 15 a 29 anos, a Aids é a
causa mais frequente de morte.
Para os jovens -menos sujeitos a óbitos
por causas naturais-, as mortes do tipo violento são a principal causa das perdas.
Na América do Norte, por exemplo, os homicídios só são menos frequentes que os acidentes de trânsito como as causas das mortes
de jovens. Já na Europa e no Japão, a combinação de fatores de risco, entre os quais encontram-se o isolamento social dos indivíduos e a fragilidade dos laços familiares, eleva
consideravelmente a ocorrência de suicídios.
Apenas na ex-União Soviética as taxas de
suicídio são tão altas quanto as de homicídio.
Isso se explica pelas mudanças abruptas na
economia, pela criminalidade crescente, pelo
alcoolismo e pelo fácil acesso a armas.
Apesar de o estudo da OMS não trazer uma
análise isolada do Brasil, outros relatórios já
mostraram que, na faixa etária de 15 a 24 anos,
os homicídios e os acidentes de trânsito lideram as mortes violentas.
Para a OMS, as mortes violentas provocam
um alto custo social e precisam ser prevenidas, embora seja impossível evitá-las.
"A morte e a deficiência física têm sérias implicações para as vítimas, suas famílias e outros dependentes: redução da qualidade de vida, sofrimento e pobreza. Em termos econômicos, os custos com cirurgia, internamento
prolongado e longa reabilitação das vítimas
representam dezenas de bilhões de dólares todos os anos", disse Gro Harlem Brundtland,
diretora-geral da OMS.
Como lembra o médico Etienne Krug, coordenador do estudo da OMS, "até sabemos como prevenir os acidentes de trânsito. Suicídios e assassinatos, porém, são mais complexos. Realmente, não temos respostas para esses problemas".
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