São Paulo, segunda-feira, 19 de maio de 2008

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livros

A volta da baleia

Um monstro marinho versus um capitão sedento por vingança; isso é o clássico "Moby Dick"

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Quem gosta de aventura tem um prato cheio pela frente com o lançamento da nova tradução do clássico "Moby Dick", pela editora Cosacnaify.
A obra do escritor nova-iorquino Herman Melville tem todos os ingredientes necessários para prender o leitor apaixonado por destinos distantes e missões perigosas: uma baleia feroz, um capitão sem perna sedento por vingança (você já deve ter adivinhado o que aconteceu com o membro inferior dele...) e uma tripulação de marinheiros de todas as partes do mapa-múndi, incluindo nativos de ilhas longínquas com insólitas tatuagens, que falam línguas incompreensíveis e que têm nomes como Queequeg, Tashtego e Daggoo.
O relato narra em detalhes a viagem do navio Pequod, que parte de Nantucket, cidade norte-americana no Estado da Nova Inglaterra, rumo às águas do Oceano Pacífico. É lá que os imediatos, arpoadores e demais fumadores de cachimbo vão acompanhar a luta do obstinado capitão Ahab contra Moby Dick, o notório monstro dos mares.
A versão original do livro foi publicada em 1891. Recebida friamente a princípio, acabou por ser considerada um clássico da literatura, e o cachalote mergulhou fundo no imaginário ocidental, tendo ganhado mais de dez adaptações para as telas -sendo a mais famosa delas a de 1956, dirigida por John Huston- e uma versão em quadrinhos do brilhante Will Eisner Eisner (editada no Brasil pela Cia. das Letras sob o nome de "A Baleia Branca").
Até a banda inglesa Led Zeppelin tem uma música instrumental que leva o nome de Moby Dick. Diz a lenda que o filho do batera John Bonham, ao ouvir a canção, afirmou que ela era "longa como Moby".
O Brasil já teve 21 traduções do título, mas esta, assinada por Irene Hirsch com a colaboração de Alexandre Barbosa de Souza, é a primeira lançada com o texto integral. O resultado é um volume digno do porte do cetáceo: 135 capítulos e 656 páginas. Nada que os leitores de Harry Potter já não tenham encarado antes... A obra inclui ainda ensaios críticos, uma bibliografia selecionada em inglês e em português e um bem-vindo glossário náutico ilustrado. As imagens mostram as diversas partes do navio que serve de palco para a narrativa.
Afinal, quem sabe onde ficam a joanete de proa, a alta do mastro grande ou a mezena do sobrejoanete?
O cuidadoso projeto gráfico traz detalhes de ilustrações da revista "Harper's New Monthy", de 1874, sobre a pesca baleeira, além de um mapa com a rota completa da embarcação de Ahab. Para quem ainda não se aventurou nas páginas de Melville, é bom levar em conta o aviso de Ishmael, marinheiro e narrador da trama: "Existe a morte nesse negócio baleeiro -um modo caótico, rápido e sem palavrório de empacotar o homem para a Eternidade". (LUANA VILLAC)


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