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livros
A volta da baleia
Um monstro marinho versus um capitão sedento por vingança; isso é o clássico "Moby Dick"
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Quem gosta de aventura tem um prato
cheio pela frente
com o lançamento
da nova tradução do clássico "Moby
Dick", pela editora Cosacnaify.
A obra do escritor nova-iorquino Herman Melville tem todos os ingredientes necessários
para prender o leitor apaixonado por destinos distantes e missões perigosas: uma baleia feroz, um capitão sem perna sedento por vingança (você já deve ter adivinhado o que aconteceu com o membro inferior dele...) e uma tripulação de marinheiros de todas as partes do
mapa-múndi, incluindo nativos de ilhas longínquas com insólitas tatuagens, que falam línguas incompreensíveis e que
têm nomes como Queequeg,
Tashtego e Daggoo.
O relato narra em detalhes a
viagem do navio Pequod, que
parte de Nantucket, cidade
norte-americana no Estado da
Nova Inglaterra, rumo às águas
do Oceano Pacífico. É lá que os
imediatos, arpoadores e demais
fumadores de cachimbo vão
acompanhar a luta do obstinado capitão Ahab contra Moby
Dick, o notório monstro dos
mares.
A versão original do livro foi
publicada em 1891. Recebida
friamente a princípio, acabou
por ser considerada um clássico da literatura, e o cachalote
mergulhou fundo no imaginário ocidental, tendo ganhado
mais de dez adaptações para as
telas -sendo a mais famosa delas a de 1956, dirigida por John
Huston- e uma versão em quadrinhos do brilhante Will Eisner Eisner (editada no Brasil
pela Cia. das Letras sob o nome
de "A Baleia Branca").
Até a banda inglesa Led Zeppelin tem uma música instrumental que leva o nome de
Moby Dick. Diz a lenda que o filho do batera John Bonham, ao
ouvir a canção, afirmou que ela
era "longa como Moby".
O Brasil já teve 21 traduções
do título, mas esta, assinada por
Irene Hirsch com a colaboração de Alexandre Barbosa de
Souza, é a primeira lançada
com o texto integral. O resultado é um volume digno do porte
do cetáceo: 135 capítulos e 656
páginas. Nada que os leitores de
Harry Potter já não tenham encarado antes... A obra inclui
ainda ensaios críticos, uma bibliografia selecionada em inglês e em português e um bem-vindo glossário náutico
ilustrado. As imagens mostram
as diversas partes do navio que
serve de palco para a narrativa.
Afinal, quem sabe onde ficam
a joanete de proa, a alta do mastro grande ou a mezena do sobrejoanete?
O cuidadoso projeto gráfico
traz detalhes de ilustrações da
revista "Harper's New
Monthy", de 1874, sobre a pesca
baleeira, além de um mapa com a
rota completa da embarcação de
Ahab. Para quem ainda não se
aventurou nas páginas de Melville, é bom levar em conta o aviso
de Ishmael, marinheiro e narrador da trama: "Existe a morte
nesse negócio baleeiro -um modo caótico, rápido e sem palavrório de empacotar o homem para
a Eternidade".
(LUANA VILLAC)
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