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Aula de hip-hop vai além do visual
Oficinas ensinam música e mandamentos
MAYRA MALDJIAN
DE SÃO PAULO
Quando o hip-hop nasceu,
nos guetos norte-americanos
da década de 70, deram a ele
o sobrenome "atitude".
Cabelo black power, calça
larga, tênis Nike, gíria na
ponta da língua, pose de mano. O estilo natural de quem
vivia essa cultura começou a
ser copiado por quem se
identificava com ela.
"É natural um jovem assistir a um videoclipe e querer
se vestir como o artista. É
uma forma de fazer parte daquela tribo", explica Nelson
Triunfo, chefe de cultura da
Casa do Hip-Hop de Diadema
(SP) e um dos fundadores do
movimento no Brasil.
Mas nada disso basta se a
sua contribuição ao movimento for apenas visual.
"Acho "style" quem se veste assim, mas hip-hop é mais
que isso", explica João Pedro, 14, aluno da oficina de
DJ do centro cultural.
Fã de Racionais MCs,
aprendeu a gostar de rap
com os primos. "Mas eu também ouço Black Eyed Peas,
David Guetta e Shakira",
enumera, sem titubear.
"A ideia é abrir a mente do
jovem. Ele pode curtir a Beyoncé, o Luiz Gonzaga... O
importante é navegar pela diversidade cultural e não deixar que os outros carimbem
você", explica Nelson.
Por isso, o quinto e mais
prezado elemento do hip-hop é o conhecimento. Sem
ele, dizem, a arte da discotecagem, da dança, da rima e
do grafite se tornam vazias.
Há 11 anos, a Casa do Hip-Hop (tel. 0/xx/11/4075-3792)
oferece oficinas gratuitas e
ainda mantém um centro de
estudos sobre essa cultura.
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