São Paulo, segunda-feira, 20 de março de 2006

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MÚSICA

Tocador de MP3 anima as reuniões de jovens que já esqueceram que um dia o discman existiu

Festa no iPod

LEANDRO FORTINO
DA REPORTAGEM LOCAL

A festa está só começando. E a tecnologia está deixando cada vez mais fácil botar todo mundo para dançar na sala de casa. O iPod, tocador de MP3 da Apple, já é o principal objeto de desejo de boa parte dos adolescentes. E um bom motivo para isso é a facilidade que ele trouxe para animar festinhas de colegas de escola e até aniversários de família.
Afinal, não há nada mais prático do que criar uma seleção de boas músicas para deixar rolar em qualquer comemoração sem se preocupar em trocar de CD a toda hora. E uma boa "playlist" pode fazer uma festa bombar sem nenhum disco.
Rafaela Arcuschin comemorou seu aniversário de 16 anos na última sexta-feira. Na festa, sua última preocupação foi o som. Na verdade, ele foi a primeira providência.
Dona de um iPod Shuffle (a versão mais enxuta desses tocadores), ela selecionou músicas de arrasar o quarteirão. "Fiz uma "playlist" bem eclética, com músicas pop, rock dos artistas do festival de Woodstock, do DJ Marky, de Fatboy Slim, Jorge Benjor, Chico Buarque e muitos outros", conta.
A reunião na casa de uma amiga de Lucas Terribili de Aquino Almeida, 16, não poderia ter sido melhor. O estudante levou seu tocador, que, até a semana passada, tinha 1.158 músicas, e ainda atendeu a pedidos.
"Usei a "playlist" que ouço na academia, porque tem músicas mais animadas", explica Lucas, que passou a ouvir muito mais músicas depois de ganhar o aparelhinho de presente de aniversário no ano passado. "Ficou mais acessível e mais fácil de ouvir músicas. Agora eu me interesso mais e sempre busco novidades. A renovação e o número de músicas são maiores."
Para fazer as músicas rolarem em um aparelho de som convencional, ele usou um dos diversos acessórios que incrementam iPod: um pequeno dispositivo que, conectado ao tocador de MP3 da Apple, transmite o som para qualquer rádio FM.
Esses badulaques para iPod realmente são uma mão na roda para quem quer dar uma festinha em casa. Giovanna Guimarães Tripoli, 15, tem caixas de som potentes que servem para conectar o iPod Nano, que ganhou para substituir o iPod Mini que ela tinha desde que foi lançado. "Antes era aquele trambolho do "discman". Era horrível, para correr tinha de ficar segurando ou o CD pulava", lembra Giovanna.
"Nas festas, gosto de músicas de DJs, como Fatboy Slim, e sons que tocam em rádios como a Jovem Pan. Tenho um gosto variado: Pussycat Dolls, Kelly Clarkson, Barry White e Whitney Houston. Tem tecno, funk, forro. Na "playlist", a gente seleciona qual o tecno é mais legal e misturamos com outros estilos, como funk e house."
Mas, para Giovanna, tudo depende muito do clima das amigas. "Se a gente está muito animada, pega os melhores funk, house e tecno. Mas, se a gente está mais sussa, faz uma seleção mais calma", conta a estudante, que diz que teria de carregar "uns 2.000 CDs" para fazer exatamente a mesma festa. "Não daria para fazer uma reunião desse jeito com o discman."
Paola Tripoli, 15, prima de Giovanna, é da turma do iPod. Ela ganhou um há pouco mais de um ano e não consegue imaginar como seria a vida sem ele. "Tenho de tudo, pop rock internacional, Black Eyed Peas, Jack Johnson, Ivete Sangalo... Há um tempo tinha pagode, mas agora eu cansei desse estilo", conta Paola, que não dispensa um DJ e todo equipamento necessário para uma festa grande. "Para festinha de amigo, é a melhor coisa, mas, em balada, não dá para mixar, não é o equipamento próprio. Mas, se não tem equipamento de clube, deixo rolar a "playlist" a festa inteira."


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