São Paulo, segunda-feira, 20 de março de 2006

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O2 Neurônio

Jô Hallack
Nina Lemos
Raq Affonso

O robô que faz carinho

Sempre assistimos a esses filmes que mostram robôs dominando a humanidade. É uma das grandes paranóias dos tempos modernos. E uma recente exposição de tecnológica mostrou que, na verdade, pode não ser paranóia. Pois os robôs estão ficando cada vez mais desenvolvidos e incríveis. Já conseguimos imaginar uma rebelião robótica num futuro próximo. Antes disso, talvez, toda a humanidade já terá saído no tapa, sem ajuda de robôs, e se auto-exterminado.
Apesar do medo da dominação das máquinas, até agora todas as apresentações demonstram como a tecnologia é capaz de gerar benefícios. Achamos incrível. Adoramos gadgets. Nosso novo brinquedinho é o Banjo, um pequeno cachorro que obedece a comandos de voz. Você fala: "Run!" (é, tem que ser em inglês), e ele corre.
Um dos lançamentos da feira de tecnologia alemã Cebti foi o Papero, um robô amigo que faz carinho. Na verdade, o Papero já existe desde 1999, mas antes ele só conseguia fazer coisas mais fáceis, tipo ler uma carta à mão. Carinho, só recentemente.
Confessamos que ficamos um pouco assustadas, quando sabemos que um robô de verdade executa as mesmas funções que um ser humano... Nós somos pessoas do século passado. Apesar de admirarmos as inovações da ciência e da tecnologia, não conseguimos deixar de escapar de um obsoleto "minha Nossa Senhora, onde é que vamos parar!". Mas não podemos deixar de nos espantar.
Os recentes avanços nos protótipos do Papero fazem com que ele execute diversas tarefas interativas com os seres humanos. E com os outros robôs também. Eles podem funcionar como babá de crianças e também contam piadas. Os criadores dizem que a interface de piadas ainda não funciona muito bem. Mas eles chegam lá. O mais louco é que o robô até faz carinho. Pessoalmente, não conseguimos imaginar nada mais deprimente do que um robô nos fazendo carinho. Somos gente antiga.

momentos de histeria

Gostamos de carinho; mas de gente!


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