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SEXO & SAÚDE
Jairo Bouer - jbouer@uol.com.br
Aids entre jovens
"Meu namorado tem o vírus HIV e, um dia antes de ele fazer o
exame que deu positivo, fizemos sexo sem camisinha. Faço
exames periódicos (método Elisa) há alguns anos e todos
deram resultado negativo. Existe algum outro exame mais
eficaz?"
"Sou HIV positivo há oito anos, mas meu médico diz que
ainda não preciso tomar remédios. Sinto que não estou bem,
tenho muito sono e mal consigo trabalhar. Será que tenho
outro problema? Pela média, devo viver muito?"
DUAS DÚVIDAS de jovens leitores que convivem de
perto com o vírus HIV, causador da Aids. Embora hoje se fale muito menos da doença, ela continua por aí. No Brasil, são mais de 30 mil casos novos por
ano (cerca de 80 por dia).
Se o tratamento e o controle da doença avançaram
muito na última década, a descoberta de uma vacina ou
mesmo da cura completa ainda estão longe. Portanto,
prevenção continua sendo a alma do negócio.
Em casais discordantes (em que um é soropositivo e o
outro, não), os cuidados são muito importantes para evitar que a outra pessoa se contamine. Assim, o casal tem
que usar camisinha sempre, em todas as formas de contato sexual mais íntimo. Se isso for feito de maneira correta, a pessoa que é negativa estará protegida.
Os exames mais modernos para anticorpos contra o
HIV conseguem "captar" alterações já nas primeiras oito a 12 semanas depois da relação suspeita. Assim, se
nossa leitora faz exames periódicos há tanto tempo, a
chance de ela estar contaminada é bem pequena.
Testes mais específicos e mais rápidos são os que detectam o próprio material genético do vírus (carga viral)
alguns dias após a infecção. Esses exames são também
usados em pacientes que estão em tratamento para medir a contagem viral (quantidade de vírus no corpo). São
testes mais caros e que devem ser reservados para situações especiais, o que não parece ser o caso da leitora.
Se uma pessoa com HIV começa a se sentir mal é importante procurar ajuda médica para fazer um diagnóstico preciso. Esses sintomas podem ser um sinal de desequilíbrio da defesa contra o vírus, o que poderia indicar a necessidade de iniciar um tratamento. Mas também podem sinalizar outros problemas de saúde,
como distúrbios hormonais, estresse e
até depressão (quando a pessoa apresenta sintomas como desânimo, falta de vontade e tristeza).
Os números mostram que os
portadores do vírus HIV podem
viver cada vez mais. Já existem
no Brasil jovens que convivem
com a Aids há mais de 20 anos.
Se o tratamento for adequado,
sem abandono dos medicamentos (adesão), a vida pode
ser longa e com boa qualidade
por um tempo indeterminado.
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