|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
música
Biografias do rap
Rapper Shaun
Boothe usa música
para narrar a vida
de ilustres como
Bob Marley e Ali
ALAN DE FARIA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Nada de "gansta rap"
ou de música para
fazer as mulheres
rebolarem até o
chão. Com o projeto "Biografias Não Autorizadas", o rapper canadense
Shaun Boothe, 26, quer mesmo
é homenagear grandes nomes
da cultura mundial e contar sua
história.
Ao todo, Boothe pretende
criar 12 biografias em rap. Até o
momento, já fez quatro canções, homenageando o padrinho do soul James Brown
(1933-2006), o rei do reggae
Bob Marley (1945-1981), o boxeador americano Muhammad
Ali e o pastor e líder negro Martin Luther King Jr. (1929-1968)
-nessa, ele adicionou a história
de Barack Obama. O próximo
biografado será o guitarrista Jimi Hendrix (1942-1970).
Parte do material pode ser
vista no site www.myspace.com/shaunboothe.
Antes de escrever cada letra,
o rapper faz pesquisas na internet, em revistas e em livros para saber tudo sobre o biografado, para ter certeza de que usa
as fontes mais confiáveis.
"Mas, tão importante quanto
encontrar detalhes da vida dos
artistas ou datas corretas, é
desvendar a história por trás
dos fatos comuns", afirmou em
entrevista por e-mail.
Boothe conta que as filhas de
Brown e de Ali ouviram os raps
sobre seus pais. "Ambas disseram que eu consegui mostrar
como eles realmente eram."
Assim que escrever todas as
músicas, o canadense pretende
lançar um box com o que foi
produzido ao longo do projeto.
Além de um CD, o pacote conterá um DVD com 12 vídeos sobre os artistas escolhidos e um
livro com as letras das músicas.
Filho de jamaicanos, Boothe
nasceu e cresceu em Toronto,
no Canadá, e passou a focar
100% na música durante a faculdade.
Desde então, excursionou
pelo país e, a partir do próximo
sábado, sairá em turnê pela
América do Norte com o Atmosphere, um dos principais
nomes da cena independente
do hip hop americano.
Em junho, quando lançará o
álbum "Hip Hop in 3D", ele
promete desenvolver um show
no qual o público precisará
usar óculos 3D para assisti-lo.
Linguagem universal
Quando o assunto é Brasil, o
canadense cita MV Bill e baile
funk. "Eu admiro bastante o
trabalho que MV Bill realiza
nas comunidades carentes cariocas. E os bailes funk são sensacionais: a energia é insana e
as mulheres... wow."
O contato com o Brasil, no
entanto, vai além. Em Toronto,
o rapper trabalha na organização Remix, que mantém uma
parceria com a ONG Ibiss (Instituto Brasileiro de Inovações
em Saúde Social). Juntas, elas
desenvolvem um projeto de
mídia digital na favela Terra
Encantada, no Rio de Janeiro.
"Eu realmente acredito que a
música seja uma linguagem
universal e que pode unir as
pessoas." Mais sobre o trabalho
no site www.remixtorio.com.
Texto Anterior: 02 Neurônio: Ele não está a fim de você Próximo Texto: Games: Filha de polvo monstrinha Índice
|