São Paulo, segunda-feira, 20 de abril de 2009

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música

Biografias do rap

Rapper Shaun Boothe usa música para narrar a vida de ilustres como Bob Marley e Ali

ALAN DE FARIA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Nada de "gansta rap" ou de música para fazer as mulheres rebolarem até o chão. Com o projeto "Biografias Não Autorizadas", o rapper canadense Shaun Boothe, 26, quer mesmo é homenagear grandes nomes da cultura mundial e contar sua história.
Ao todo, Boothe pretende criar 12 biografias em rap. Até o momento, já fez quatro canções, homenageando o padrinho do soul James Brown (1933-2006), o rei do reggae Bob Marley (1945-1981), o boxeador americano Muhammad Ali e o pastor e líder negro Martin Luther King Jr. (1929-1968) -nessa, ele adicionou a história de Barack Obama. O próximo biografado será o guitarrista Jimi Hendrix (1942-1970).
Parte do material pode ser vista no site www.myspace.com/shaunboothe.
Antes de escrever cada letra, o rapper faz pesquisas na internet, em revistas e em livros para saber tudo sobre o biografado, para ter certeza de que usa as fontes mais confiáveis.
"Mas, tão importante quanto encontrar detalhes da vida dos artistas ou datas corretas, é desvendar a história por trás dos fatos comuns", afirmou em entrevista por e-mail.
Boothe conta que as filhas de Brown e de Ali ouviram os raps sobre seus pais. "Ambas disseram que eu consegui mostrar como eles realmente eram."
Assim que escrever todas as músicas, o canadense pretende lançar um box com o que foi produzido ao longo do projeto. Além de um CD, o pacote conterá um DVD com 12 vídeos sobre os artistas escolhidos e um livro com as letras das músicas.
Filho de jamaicanos, Boothe nasceu e cresceu em Toronto, no Canadá, e passou a focar 100% na música durante a faculdade.
Desde então, excursionou pelo país e, a partir do próximo sábado, sairá em turnê pela América do Norte com o Atmosphere, um dos principais nomes da cena independente do hip hop americano.
Em junho, quando lançará o álbum "Hip Hop in 3D", ele promete desenvolver um show no qual o público precisará usar óculos 3D para assisti-lo.

Linguagem universal
Quando o assunto é Brasil, o canadense cita MV Bill e baile funk. "Eu admiro bastante o trabalho que MV Bill realiza nas comunidades carentes cariocas. E os bailes funk são sensacionais: a energia é insana e as mulheres... wow."
O contato com o Brasil, no entanto, vai além. Em Toronto, o rapper trabalha na organização Remix, que mantém uma parceria com a ONG Ibiss (Instituto Brasileiro de Inovações em Saúde Social). Juntas, elas desenvolvem um projeto de mídia digital na favela Terra Encantada, no Rio de Janeiro.
"Eu realmente acredito que a música seja uma linguagem universal e que pode unir as pessoas." Mais sobre o trabalho no site www.remixtorio.com.


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