São Paulo, segunda-feira, 20 de julho de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PROFISSÃO

Local de trabalho: faculdade

Monitoria e empresa júnior são opções profissionais para jovens estudantes

DIOGO BERCITO
DA REPORTAGEM LOCAL

Antes de procurar trabalho fora dos muros da faculdade, por que não olhar para dentro deles? É o que fazem os jovens que atuam como monitores ou que participam de empresas juniores.
Ricardo Cataldi, 21, por exemplo, é monitor da disciplina de microeconomia no curso de ciências econômicas do Mackenzie. Recebe cerca de R$ 100 por mês para passar quatro horas por semana sanando dúvidas de alunos.
Da experiência, destaca o "networking" (rede de relacionamentos) travado com seus futuros colegas de profissão. "Outro dia fomos almoçar depois do meu expediente, criamos vínculos", conta.
Antes de ser escolhido para ocupar o cargo, Cataldi teve seu currículo analisado pelo professor responsável pela disciplina. Ter notas boas conta pontos a favor do candidato.
No caso de Hermann Simon, 22, monitor de mecânica de fluidos no curso de engenharia química da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), outro requisito para ser escolhido monitor era ter cursado a disciplina há no mínimo dois semestres. Além de tirar dúvidas de colegas, o estudante ajuda o professor a aplicar provas.

Profissionais juniores
Leonardo Finkler, 20, aluno de administração da USP, optou por outra atividade dentro da faculdade. Foi eleito, no começo de 2008, vice-presidente da empresa júnior da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, cargo que ocupa até hoje.
O trabalho não é remunerado, mas, para o garoto, compensa. "Desenvolvi competências, como a de aprender a utilizar na empresa as ferramentas vistas em sala de aula", diz.
Ao contrário de quando estagiam, os alunos que entram -após árdua seleção- na empresa júnior têm autonomia para tocar o negócio como quiserem. E dá trabalho, já que a firma não é de brincadeirinha. Paga imposto, inclusive.
Não à toa, Finkler foi encontrado em seu telefone comercial durante um feriado, quando procurado pela reportagem.
Outro que trabalha bastante é Marcelo Madueño, 20, diretor de relações públicas da empresa júnior da Fundação Getulio Vargas de São Paulo.
Madueño atua no relacionamento entre a firma de que faz parte e as demais do movimento júnior, além de mobilizar membros atuais e antigos e parceiros comerciais.
Se o esforço todo não atrapalha a vida do garoto? "É uma questão de administrar bem o tempo", dá a dica. As notas de Madueño, vale ressaltar, aumentaram desde que passou a trabalhar na empresa.

Primeiros passos
A Confederação Brasileira de Empresas Juniores estima que existam hoje cerca de mil firmas nesse modelo no Brasil. Mas, se não for o caso da sua universidade, não desanime.
Das 19 empresas juniores da Unicamp, por exemplo, 2 surgiram no ano passado. Os alunos interessados procuraram o Núcleo de Empresas Juniores da universidade, que tem programa de fomento ao surgimento de novas firmas -a partir daí começou a negociação com a reitoria da instituição.
O processo varia de acordo com a faculdade. Pode ser preciso, inclusive, explicar do que trata o projeto e quais serão as vantagens para a instituição. (Veja sugestões ao lado.)
Não há fórmula. Mas uma coisa não muda. "Envolve trabalho, e é por isso que você cresce", resume Igor Medauar Mascarenhas, 23, presidente do Núcleo de Empresas Juniores da Unicamp.



Texto Anterior: Internets - Ronaldo Lemos: "Forasarney" e "Gorillapenis"
Próximo Texto: Como montar sua empresa júnior
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.