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PROFISSÃO
Local de trabalho: faculdade
Monitoria
e empresa júnior são opções profissionais para jovens estudantes
DIOGO BERCITO
DA REPORTAGEM LOCAL
Antes de procurar
trabalho fora dos
muros da faculdade,
por que não olhar
para dentro deles? É o que fazem os jovens que atuam como
monitores ou que participam
de empresas juniores.
Ricardo Cataldi, 21, por
exemplo, é monitor da disciplina de microeconomia no curso
de ciências econômicas do
Mackenzie. Recebe cerca de
R$ 100 por mês para passar
quatro horas por semana sanando dúvidas de alunos.
Da experiência, destaca o
"networking" (rede de relacionamentos) travado com seus
futuros colegas de profissão.
"Outro dia fomos almoçar depois do meu expediente, criamos vínculos", conta.
Antes de ser escolhido para
ocupar o cargo, Cataldi teve seu
currículo analisado pelo professor responsável pela disciplina. Ter notas boas conta
pontos a favor do candidato.
No caso de Hermann Simon,
22, monitor de mecânica de
fluidos no curso de engenharia
química da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas),
outro requisito para ser escolhido monitor era ter cursado a
disciplina há no mínimo dois
semestres. Além de tirar dúvidas de colegas, o estudante ajuda o professor a aplicar provas.
Profissionais juniores
Leonardo Finkler, 20, aluno
de administração da USP, optou por outra atividade dentro
da faculdade. Foi eleito, no começo de 2008, vice-presidente
da empresa júnior da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, cargo que
ocupa até hoje.
O trabalho não é remunerado, mas, para o garoto, compensa. "Desenvolvi competências,
como a de aprender a utilizar
na empresa as ferramentas vistas em sala de aula", diz.
Ao contrário de quando estagiam, os alunos que entram
-após árdua seleção- na empresa júnior têm autonomia
para tocar o negócio como quiserem. E dá trabalho, já que a
firma não é de brincadeirinha.
Paga imposto, inclusive.
Não à toa, Finkler foi encontrado em seu telefone comercial durante um feriado, quando procurado pela reportagem.
Outro que trabalha bastante
é Marcelo Madueño, 20, diretor de relações públicas da empresa júnior da Fundação Getulio Vargas de São Paulo.
Madueño atua no relacionamento entre a firma de que faz
parte e as demais do movimento júnior, além de mobilizar
membros atuais e antigos e
parceiros comerciais.
Se o esforço todo não atrapalha a vida do garoto? "É uma
questão de administrar bem o
tempo", dá a dica. As notas de
Madueño, vale ressaltar, aumentaram desde que passou a
trabalhar na empresa.
Primeiros passos
A Confederação Brasileira de
Empresas Juniores estima que
existam hoje cerca de mil firmas nesse modelo no Brasil.
Mas, se não for o caso da sua
universidade, não desanime.
Das 19 empresas juniores da
Unicamp, por exemplo, 2 surgiram no ano passado. Os alunos
interessados procuraram o Núcleo de Empresas Juniores da
universidade, que tem programa de fomento ao surgimento
de novas firmas -a partir daí
começou a negociação com a
reitoria da instituição.
O processo varia de acordo
com a faculdade. Pode ser preciso, inclusive, explicar do que
trata o projeto e quais serão as
vantagens para a instituição.
(Veja sugestões ao lado.)
Não há fórmula. Mas uma
coisa não muda. "Envolve trabalho, e é por isso que você
cresce", resume Igor Medauar
Mascarenhas, 23, presidente
do Núcleo de Empresas Juniores da Unicamp.
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