São Paulo, segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

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INTERNETS

RONALDO LEMOS - ronaldolemos09@gmail.com

Reação ao WikiLeaks põe Internet em risco - 2

NA SEMANA passada, disse que a reação ao WikiLeaks vai transformar a internet para pior. Vozes que querem controlar a rede, tornando-a fechada e restrita, ficaram mais fortes.
Por causa do site, nos EUA, a presidenciável Sarah Palin e o senador Joe Lieberman estão articulando novas leis para isso.
No Brasil, o senador Eduardo Azeredo (autor do polêmico projeto para criminalização da internet conhecido como "Lei Azeredo") aproveitou para criticar o presidente Lula, quando ele defendeu o fundador do WikiLeaks e a liberdade de expressão.
Nas palavras do senador: "Só faltava essa! Pres.Lula defende hacker!" (link: bit.ly/gXOdA6).
Há um certo sensacionalismo no uso da palavra "hacker". Seu sentido original refere-se a "gênios" da computação. Figuras como Steve Jobs ou Bill Gates começaram como "hackers".
Existe até um código de "ética hacker" (bit.ly/9DmAgw). Quem não segue é chamado de "cracker", que é a palavra para quem usa o conhecimento da rede para causar danos.
Na última semana, a imprensa falou muito do "ataque dos hackers" aos sites que tomaram medidas contra o WikiLeaks (como Mastercard e Visa, que suspenderam seus serviços).
Há exagero nisso. O poder dos "hackers" é limitado: essas páginas ficaram fora do ar só por alguns momentos. Isso pode causar inconvenientes, mas não houve qualquer ameaça a serviços críticos, como transações financeiras.
No fim das contas, as ações dos "hackers" só serviram para dar força aos radicais que querem controlar a rede. Como disse o advogado José Marcelo Zacchi, a situação lembra os traficantes do Rio que resolveram atear fogo em ônibus, esperando parar as mudanças na segurança pública.
Só que, diferentemente das UPPs cariocas, uma vitória, o controle da internet justificado por ações desses "hackers" será uma derrota de grandes proporções para todo o mundo.

Já era
Achar que é preciso fazer tudo com pressa

Já é
Diminuir o ritmo, como a galera do Clube de Nadismo (bit.ly/lrfSc)

Já vem
Iniciativas globais para diminuir o ritmo, como o International Institute for Doing Nothing Much (slowdownnow.org)


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