São Paulo, segunda-feira, 20 de dezembro de 2010 |
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NATAL SEM COMPRAS JOVENS COMEMORAM A DATA SEM ENFRENTAR FILA NA ESCADA ROLANTE OU GASTAR AS ECONOMIAS DIOGO BERCITO DE SÃO PAULO Com a proximidade do Natal, está aberta a temporada de compras... "É um terror!", desabafa a estudante Caroline Boeta, 17, parte de um grupo de jovens descontentes não com a data natalina em si, mas com o consumismo que vem de carona no trenó do Papai Noel. "Não acho que o Natal seja um bom motivo para dar presentes", diz. "O significado é estar com quem você gosta." Caroline segue sem saber as propostas do projeto canadense "Buy Nothing Christmas" (bit.ly/comprenada). O movimento começou oficialmente em 2001, a partir de campanhas de boicote. "Nós queríamos provar aos vizinhos que não precisávamos comprar alguma coisa para sermos cristãos", diz o fundador Aiden Enns. Longe de criticar a caridade natalina, ele acredita que dar presentes não precisa envolver gastar dinheiro. Sugere, por exemplo, a feitura de lembranças artesanais. Neste mês, o site de Aiden chegou a 5.000 visitas em um só dia. No Brasil, não há notícia de ações semelhantes. A diferença entre os países reflete distinções culturais, como aponta Lívia Barbosa, diretora do centro de estudos da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing). Barbosa foi uma das autoras da pesquisa "Juventude, Consumo e Cidadania", lançada em novembro. O estudo mostrou que só 2% dos brasileiros entre 16 e 25 anos já participaram de algum boicote comercial. "Esses movimentos são expressões da cultura americana, em que o indivíduo se vê como capaz de mudar a sociedade", afirma Barbosa. Kaique Baena, 16, é outro que não costuma fazer compras no Natal. "É uma data muito comercial", reclama. Mas, no ano passado, ao decidir cear com a família da ex-namorada, ele teve de ceder. Comprou regalos para todos. "Foi um inferno", reclama. Gastou R$ 900. "Era muita coisa para carregar, e voltei de ônibus com aquele monte de sacolas." Há, também, aqueles que encontram prazer na tradição. "É o mês de que mais gosto, é quando posso soltar meu lado consumista", diz Felipe Nigro, 19. "Sempre acabo na muvuca da 25 de Março e da José Paulino." Confira ao lado os cartazes anticonsumismo idealizados a pedido do Folhateen. Texto Anterior: Internets - Ronaldo Lemos: Reação ao WikiLeaks põe internet em risco - 2 Próximo Texto: Sexo & Saúde - Jairo Bouer: Retrospectiva 2010: juventude em oito itens Índice | Comunicar Erros |
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