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São Paulo, segunda-feira, 21 de abril de 2003

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CAÇADORES DE AVENTURA

Esportes radicais no meio do mato seduzem jovens

GUILHERME WERNECK
DA REPORTAGEM LOCAL

Caio Guatelli/Folha Imagem
Depois de pedalar em trilhas de Nazaré Paulista, o aniversariante Gabriel Saintive Cantidio mata a fome


Se você curte natureza e esportes radicais, mas perdeu a chance de entrar em ação durante este feriado, não se desespere. A oferta por aventuras no mato durante os finais de semana está cada vez maior e mais diversificada.
A grande vedete do momento é a proliferação das corridas de aventura, que reúnem mountain bike, rafting, rapel e trekking em uma só prova. Mas enduro a pé e trilhas de bicicleta também são boas opções para quem procura combinar ar puro e adrenalina.
As corridas de aventura têm sua origem na Nova Zelândia. Em 1989, o francês Gérard Fusil montou a Raid Gauloises. O esporte chegou ao Brasil pelas mãos do brasileiro Alexandre Freitas, fundador da Sociedade Brasileira de Corridas de Aventura. Em 1998, ele montou a Expedição Mata Atlântica -única etapa sul-americana do campeonato mundial.
Por um bom tempo, essas corridas na natureza eram privilégio de equipes de megaesportistas, que tinham resistência para enfrentar as provas de longa duração. Contudo, com a popularização do esporte, surgiram opções menos puxadas. Em vez de provas que podiam durar vários dias, hoje já existem corridas curtas, com duração de três a sete horas, e corridas que duram 24 horas, em que os competidores muitas vezes nem dormem.
Um exemplo de corrida acessível a iniciantes é o Calói Adventure Camp, que teve sua primeira prova no mês passado e já conta com mais três marcadas até o final do ano. Para quem nunca chegou perto de uma corredeira nem desceu uma parede fazendo rapel, essa corrida é interessante porque, um dia antes da prova, há um acampamento onde são ensinados os macetes para participar da prova. Os futuros corredores aprendem, por exemplo, como descer um rio de bote, como se orientar no mato usando uma bússola e como utilizar o equipamento para fazer rapel.
Levado por seu tio, Guilherme Grunwald, 14, fez sua estréia como competidor na primeira etapa do Caloi Adventure Camp, em Nazaré Paulista (interior de São Paulo). "Não consegui completar a prova, foi muito puxada. É preciso ter muito preparo físico, eu quase travei", disse. "É legal porque você se perde e depois tem de se orientar sozinho para descobrir o caminho." Mesmo sem completar a prova, ele diz que quer repetir a dose e que, no acampamento, aprendeu tudo o que precisava para completar a próxima aventura.
Outro participante, André Pinto Machado, 16, também se tornou um entusiasta do esporte e promete fazer mais provas. "O legal é que a corrida reúne vários esportes radicais diferentes, que você pratica em meio a paisagens bem legais. Mas, para equipes que não têm experiência, é fundamental fazer o curso", sugere.
Outra modalidade praticada na natureza que vem ganhando adeptos jovens é o enduro a pé, que tem provas durante os finais de semana. "Os iniciantes procuram mais as provas de trekking", explica o organizador do Campeonato Paulista de Enduro a Pé, Esdras Martins, 46. Embora haja provas que contam para o campeonato durante todo o ano, quem tiver interessado pode montar uma equipe e participar apenas de uma etapa (veja como no quadro da pág. 7).
O enduro a pé funciona como um rally de carros. As equipes recebem um mapa e tem de cumprir o caminho. "O que vale é a regularidade, não a velocidade, e qualquer um tem condições de participar". explica. "Hoje, crianças de nove anos fazem a prova e temos equipes só de adolescentes", diz.



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