São Paulo, segunda-feira, 21 de agosto de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Cinema

Quero ser Kubrick

Filme conta a história de um falsário que se passou pelo cultuado cineasta Stanley Kubrick na Inglaterra dos anos 90

DA REPORTAGEM LOCAL

John Cusack já quis ser John Malkovich ("Quero ser John Malkovich", 1999, de Spike Jonze). Agora, é Malkovich que quer ser outra pessoa: Stanley Kubrick, o lendário cineasta, autor de clássicos como "2001: Uma Odisséia no Espaço", "O Iluminado" e "Laranja Mecânica".
Em "Totalmente Kubrick", filme dirigido por Brian Cook que chega ao Brasil direto em DVD, o ator interpreta Alan Conway, um falsário britânico que decide, de uma hora para outra, que é Stanley Kubrick.
Conway frequenta o circuito gay londrino, festas badaladas e até shows de heavy metal. Por todos os lugares que passa, se apresenta como Kubrick e promete mundos e fundos a quem conhece. Todos são convidados para papéis importantíssimos em "seus" próximos filmes, e ele chega até a assinar um documento como fiador de um restaurante com o nome de Stanley Kubrick. Detalhe: nunca paga contas e sempre pede dinheiro emprestado às suas vítimas, alegando ter esquecido em casa seus cartões de crédito.
O curioso é que essa história surreal se baseia em fatos reais. Alan Conway (que nasceu Eddie Alan Jablowsky e depois mudou de nome) realmente existiu e enganou meio mundo -inclusive o crítico teatral do jornal "The New York Times", Frank Rich- se passando por Kubrick, na década de 90, em Londres.
Como o cineasta vivia recluso em uma mansão em Hertfordshire, no norte de Londres, não dava entrevistas, nem tinha suas fotos estampadas nos jornais, demorou até que Conway fosse desmascarado. O golpista morreu em dezembro de 1998, três meses antes da morte de Kubrick.

O verdadeiro
Stanley Kubrick (1928-1999), o verdadeiro, foi um dos maiores diretores de cinema de todos os tempos.
Nasceu em Nova York e começou sua carreira como fotógrafo, na revista "Look". Fez seu primeiro filme aos 23, um documentário de curta-metragem. Depois de dirigir "Spartacus" (1969), ele se mudou para a Inglaterra, onde realizou suas obras mais importantes (conheça suas obras fundamentais no quadro ao lado).
Apesar de várias indicações, Kubrick só ganhou um Oscar, pelos efeitos especiais revolucionários de "2001".
Perfeccionista e meticuloso, ele filmava a mesma cena diversas vezes até ficar satisfeito. Durante a produção de "O Iluminado", por exemplo, Shelley Duval (que vive Wendy Torrance) teve de repetir uma cena 127 vezes.
Kubrick não permitia fotógrafos ou repórteres em seus sets de filmagem. Apenas "O Iluminado" foi documentado em um making of, assinado por sua filha, Vivian Kubrick.
(LETICIA DE CASTRO)


Texto Anterior: Noites legais
Próximo Texto: Carreira: Não falta trabalho ao médico hiperdedicado
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.