São Paulo, segunda-feira, 21 de setembro de 2009

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EDUCAÇÃO

Os mais técnicos

Jovens formados no ensino profissionalizante dão ao Brasil terceiro lugar em torneio internacional

DA REPORTAGEM LOCAL

Quando era criança, Mateus Benedetti, 21, abria todo tipo de aparelho eletrônico que tinha em casa para ver como eles eram por dentro. Às vezes, ele não conseguia montá-los de volta, e a mania o fez perder alguns brinquedos. Mas também o fez ganhar uma medalha de ouro.
Ele foi um dos quatro brasileiros que venceram, no começo deste mês, no Canadá, o World Skills 2009, competição internacional de aprendizes, alunos formados nos chamados cursos técnicos.
Geralmente, esses cursos são uma chance de ganhar um dinheiro desde cedo. Mateus, por exemplo, começou a trabalhar aos 16, quando concluiu o curso profissionalizante que fez antes do de técnico em mecatrônica, ambos do Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) de Campinas (SP).
Mas, para ele, ser técnico representou bem mais do que ter salário na adolescência. "Eu nunca nem tinha ido para o exterior", diz o jovem, que venceu um campeonato na escola, um estadual e um nacional para ter o direito de representar o país no World Skills. Mesmo caminho seguido pelos outros 23 jovens da delegação brasileira.
Mackson Elias, 21, formado no Senai de Natal (RN), ganhou na categoria refrigeração depois de passar um ano treinando em tempo integral, com uma ajuda de custo da escola.
No Canadá, uma de suas tarefas era usar um sistema de refrigeração para montar duas câmaras frigoríficas. Uma deveria atingir dois graus, e a outra, 21 negativos. Ele foi o único concorrente a cumprir a meta.
"Isso praticamente me garantiu o ouro", diz. Ele, que já foi padeiro, marceneiro e pintor, agora está sendo disputado pelos Senais de São Paulo e de Natal para se tornar instrutor.
Além dos quatro ouros, o Brasil levou cinco medalhas de prata e duas de bronze. O resultado foi o terceiro melhor entre os 56 países do torneio.
"Isso mostra que a educação profissional do Brasil é de primeira, apesar dos problemas que temos na educação, em geral", diz José Luis Leitão, gerente de concursos do Senai.
(TARSO ARAUJO)


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