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DANÇA
Elas estão desctrladas
Trio de garotas em desvario testa limites do corpo ao som de The Kills, Sonic Youth e Joy Division
DA REPORTAGEM LOCAL
A
h, o que é isso: três garotas, lindas e louconas, se
debatendo em um tablado com luzes de néon, ao som
de grupos de indie rock, como
She Wants Revenge?
É um espetáculo de dança
contemporânea.
Com o nome inspirado em
música da banda oitentista Joy
Division, "She's Lost Ctrl" (ela
perdeu o controle) coreografa
uma noite em que amigas saem
para gandaiar sozinhas.
Quando o trio entra em cena,
parece mais é que ali vai rolar
um show: uma assume a guitarra, outra se senta à bateria e a
terceira agarra o baixo. Tocam
um rock cru de cinco minutos,
fruto de quatro meses de aulas.
Depois da palhinha, partem
para o rock'n'roll real, usando
os corpos para o que chamam
de movimentos de risco.
Bota risco nisso. Quando não
estão dançando como qualquer
garota na pista, as descontroladas se estatelam sem dó no
chão, se ameaçam com um taco
de hóquei e suspendem o corpo
em paradas de uma mão só.
"As joelheiras que a gente usa
com o figurino não são artifício
de cena, não", diz, rindo, a "guitarrista" delas, Júlia Abs, 26.
Para segurar o tranco físico
de fingir terem endoidecido,
elas adotaram técnicas de circo,
misturadas a formação clássica.
Patins de ponta
Aline Bonamin, 25, que sempre fez balé, substitui a sapatilha de gesso por patins, na hora
de fazer a posição de ponta dos
pés. "Não é tão difícil."
Mesmo se fosse, não a impediria. "Quando a gente acha que
está no limite, aí é que bom",
conta a "batera" Melissa Bamonte, 30.
Os limites quebrados por
Melissa, no caso, foram os do
pudor: quando bem doida, ela
arranca a camiseta estampada
com "I Love Sex" (amo sexo) e
todo o resto da roupa. Todo.
No meio da jogação, de uma
hora, elas só param por alguns
instantes. "Fumam" na parede
um holograma de fumaça -seja
lá do que for.
(CHICO FELITTI)
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