São Paulo, segunda-feira, 21 de setembro de 2009

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COMO FUNCIONA?

CAIAQUE EXTREMO

Se joga

Americano Tyler Bradt ‘surfa’em cachoeira de 57m de altura e tira do brasileiro Pedro Oliva o recorde mundial da modalidade; veja os segredos de quem enfrenta a queda

DA REPORTAGEM LOCAL

Nem o Pica-Pau no seu barril faria igual. O americano Tyler Bradt, 23, despencou de uma cachoeira de quase 57 metros de altura em um caiaque e quebrou o recorde mundial de "creek", em 21 de abril passado. A modalidade, perigosa e ainda não reconhecida como esporte, consiste em descer correntezas que desembocam numa queda d’água, "surfar" na cachoeira e mergulhar na "piscina". E sair vivo disso tudo.
No caso de Tyler, foram 20 segundos (três de queda e 17 desaparecido, no meio da bruma) até saber se ele tinha batido a marca, ou só a cabeça mesmo. Mas valeu. "Foi a melhor sensação da minha vida", disse ele em entrevista por e-mail à Folha.
"O vácuo e o silêncio são indescritíveis", concorda o ex-recordista Pedro Oliva, 26, brasileiro que encarou uma cachoeira de quase 40 metros no Mato Grosso, em março. Para quem acha que o hobbie é coisa inconsequente, Pedro avisa que não é bem assim: "A queda é muito estudada. Quando se entra no caiaque e se sai remando, é preciso ter decorado a cachoeira debaixo para cima".
Além de esquadrinhar o "pico", o trajeto exige concentração: "Durante a queda, tem que contar o número de remadas, posicionar o remo em um lugar que não machuque", diz Tyler. Enquanto Pedro diz que já tem "na manga" as próximas quedas d’água, para trazer o título de volta ao seu remo, Tyler diz que vai para o Chile procurar as suas.
"Não falo de cachoeiras maiores antes de "surfá-las", pondera Tyler. O campeão também é moderado na hora de aconselhar. "Meu feito não é para encorajar adolescentes a pular de cachoeiras. É para entender que os únicos limites que existem são os que nós mesmos criamos."
(CHICO FELITTI)




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