São Paulo, segunda-feira, 22 de janeiro de 2007

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carreira

Curso de letras forma tradutores e revisores

Demanda por profissionais com fluência em japonês e chinês cresce

GUSTAVO FIORATTI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

L eitura, leitura e mais leitura. Quem pretende estudar letras, já pode ir pensando em providenciar um espaço gostoso dentro de casa, uma mesa e uma poltrona para passar algumas horas sobre livros e pilhas de textos.
Quem optar por esse curso vai se deparar com matérias como crítica literária, literatura brasileira, filosofia, sociologia, língua portuguesa, línguas estrangeiras e texto teatral.
Letras é, portanto, uma faculdade que se vale de uma estrutura de ensino muito mais teórica do que técnica, "ainda que os cursos estejam se adaptando à vida prática", como lembra o chefe do departamento de língua portuguesa da PUC, Jarbas Vargas Nascimento. "Antes, o curso era saliva e giz, basicamente", diz.
"Hoje a evolução tecnológica está sendo incorporada, como no uso dos laboratórios de línguas [que contam com equipamentos de áudio e de vídeo, usados para ensinar línguas estrangeiras]", analisa.
Da faculdade de letras podem sair tradutores, intérpretes e revisores. Mas a formação ainda privilegia a habilitação de profissionais que vão exercer o magistério, ou seja, que vão dar aulas nos cursos de ensino fundamental e médio. A licenciatura, ou habilitação para o ensino, é realizada já durante os quatro anos de faculdade, sem necessidade de extensão.
O bacharelado, que tem ainda curso de um ano de extensão, habilita o profissional que já está formado à pesquisa e ao ensino acadêmico. Também é uma opção bastante procurada.
Quem pretende seguir um universo mais artístico também pode ter a chance de enriquecer a técnica da escrita durante o curso. "Mas a faculdade não forma escritores. Quem escreve, geralmente, já escreve antes de entrar no curso, que só pode dar uma orientação e domínio sobre a língua, além da aproximação com o universo literário", diz Nascimento.
Fica o aviso, portanto: a produção literária, dentro do curso, é pequena. "É claro que, se vamos falar de crônica, é pedido para o aluno escrever uma crônica. Mas isso é feito basicamente por meio do contato com os grandes autores", diz.
As especializações são voltadas ao aprendizado de línguas -inglês, espanhol, francês, russo, grego, latim e armênio, entre outras-, o que dá base aos formandos na prática de tradução, por exemplo.

Crescimento
É justamente no domínio de línguas que o mercado promete algum crescimento. "Está crescendo, por exemplo, a procura por profissionais que saibam falar chinês e japonês, por exemplo", diz o chefe de departamento de línguas modernas da faculdade de letras da USP, Mario Miguel González.
Também há trabalho em editoras dos mais diversos portes, onde o profissional vai exercer funções relacionadas à editoração ou revisão de texto. Nesse meio, existem ofertas diversificadas, que incluem a publicação de livros de ficção, livros didáticos, livros infantis, além de trabalhos em jornais e revistas.


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