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carreira
Curso de letras forma tradutores e revisores
Demanda por profissionais com
fluência em japonês e chinês cresce
GUSTAVO FIORATTI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
L
eitura, leitura e mais
leitura. Quem pretende estudar letras,
já pode ir pensando
em providenciar um
espaço gostoso dentro de casa,
uma mesa e uma poltrona para
passar algumas horas sobre livros e pilhas de textos.
Quem optar por esse curso
vai se deparar com matérias como crítica literária, literatura
brasileira, filosofia, sociologia,
língua portuguesa, línguas estrangeiras e texto teatral.
Letras é, portanto, uma faculdade que se vale de uma estrutura de ensino muito mais
teórica do que técnica, "ainda
que os cursos estejam se adaptando à vida prática", como
lembra o chefe do departamento de língua portuguesa da
PUC, Jarbas Vargas Nascimento. "Antes, o curso era saliva e
giz, basicamente", diz.
"Hoje a evolução tecnológica
está sendo incorporada, como
no uso dos laboratórios de línguas [que contam com equipamentos de áudio e de vídeo,
usados para ensinar línguas estrangeiras]", analisa.
Da faculdade de letras podem sair tradutores, intérpretes e revisores. Mas a formação
ainda privilegia a habilitação de
profissionais que vão exercer o
magistério, ou seja, que vão dar
aulas nos cursos de ensino fundamental e médio. A licenciatura, ou habilitação para o ensino, é realizada já durante os
quatro anos de faculdade, sem
necessidade de extensão.
O bacharelado, que tem ainda curso de um ano de extensão, habilita o profissional que
já está formado à pesquisa e ao
ensino acadêmico. Também é
uma opção bastante procurada.
Quem pretende seguir um
universo mais artístico também pode ter a chance de enriquecer a técnica da escrita durante o curso. "Mas a faculdade
não forma escritores. Quem escreve, geralmente, já escreve
antes de entrar no curso, que só
pode dar uma orientação e domínio sobre a língua, além da
aproximação com o universo literário", diz Nascimento.
Fica o aviso, portanto: a produção literária, dentro do curso, é pequena. "É claro que, se
vamos falar de crônica, é pedido para o aluno escrever uma
crônica. Mas isso é feito basicamente por meio do contato
com os grandes autores", diz.
As especializações são voltadas ao aprendizado de línguas
-inglês, espanhol, francês, russo, grego, latim e armênio, entre outras-, o que dá base aos
formandos na prática de tradução, por exemplo.
Crescimento
É justamente no domínio de
línguas que o mercado promete
algum crescimento. "Está crescendo, por exemplo, a procura
por profissionais que saibam
falar chinês e japonês, por
exemplo", diz o chefe de departamento de línguas modernas
da faculdade de letras da USP,
Mario Miguel González.
Também há trabalho em editoras dos mais diversos portes,
onde o profissional vai exercer
funções relacionadas à editoração ou revisão de texto. Nesse
meio, existem ofertas diversificadas, que incluem a publicação de livros de ficção, livros didáticos, livros infantis, além de
trabalhos em jornais e revistas.
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