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MÚSICA
Pé na estrada (e na pedaleira)
Seja para tocar, seja para ouvir, os festivais independentes são uma festa que vale conferir
BRAULIO LORENTZ
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Que tal rodar pelo Brasil para tocar ao lado
de artistas consagrados, divulgar o som
da sua banda e formar o público
que ela ainda não tem?
Calma, entrar no movimentado circuito de festivais independentes não é tão simples assim. Antes de enfiar umas roupas na mochila e procurar qual
van tem os bancos mais confortáveis, vale a pena ouvir quem
pula de palco em palco há um
bom tempo, organizando ou tocando em shows importantes
na cena musical alternativa.
Gente como o goiano Fabrício Nobre, 30 anos, 14 deles dedicados à produção de shows.
Em 2001, o organizador do
Goiânia Noise e do Bananada
reuniu-se com sua turma e chegou à conclusão de que o estrago no bolso não seria tão maior
se trouxessem o Mudhoney para Goiânia, em vez de irem ao
show da banda em São Paulo.
Foi a partir dessa constatação que o grupo americano
aportou em Goiás. De quebra, a
banda MQN -que tem Nobre
como vocalista- abriu o show e
a produtora Monstro Discos
ganhou exposição.
"As coisas não caem do céu.
Seja uma referência entre seus
amigos e troque figurinhas com
bandas, produtoras e agentes
de todo o planeta. O trabalho é
contínuo", aconselha Nobre.
Hoje muito mais organizados, os festivais têm calendário,
associação e até rede social: a
Toque no Brasil (toquenobrasil.com.br), no ar desde janeiro.
A Associação Brasileira de
Festivais Independentes
(Abrafin) soma 44 filiados, que
receberam em seus palcos 870
bandas diferentes só em 2008.
Bruno Levinson, que mantém o festival Humaitá Pra Peixe, no Rio, desde 1995, diz que
saber aparecer é importante.
"Escalo poucos dos que me
mandam material. Tem que saber se articular e se promover,
não repetir fórmulas. Tocar
nos lugares certos, usar a web,
saber aparecer. Assim, produtores vão ouvir falar. Faça o inverso: nós vamos atrás de você,
não você atrás do festival."
Organização
"Festival é uma instituição a
que damos muito valor, pois o
público está aberto a conhecer
bandas novas", diz o tecladista
e gaitista Eduardo Borém, do
Móveis Coloniais de Acaju.
Experiente no circuito de
palcos indies, onde a banda fez
seu nome, ele destaca as virtudes do planejamento para poder participar de um festival.
"Sempre tínhamos prejuízo,
mas fazíamos uma "vaquinha"
para mostrar o trabalho. Tem
que saber o bolso que tem."
Para Vinicius Lemos, produtor do Casarão, de Rondônia, é
importante começar perto de
casa. "Não adianta uma banda
de Porto Velho querer tocar
num festival no Recife se ainda
não tocou nos mais próximos,
como o Calango (MT)", diz.
É o que busca fazer a banda
Aero 26, de Santo André (SP).
Com mil cópias do primeiro CD
debaixo do braço, o baixista e
vocalista Lucas Rett, 16, quer
tocar o máximo que puder.
"Tentamos correr atrás. Já
fomos para Santos, São Paulo e
São José dos Campos pagando
as despesas", afirma.
Intercalar aulas de baixo com
algumas de empreendedorismo pode ser o primeiro passo.
SERASGUM
BELÉM
QUANDO
novembro, desde 2005
www.serasgum.com.br/ serasgum@gmail.com
ENVIO DE MATERIAL
Av. Gentil Bittencourt, 449, Altos,
Nazaré - Belém, PA - 66035-390
CONSELHO DO ORGANIZADOR
"Saiba em que nicho se meter.
Tenha a humildade de saber que
ainda não é a hora de cobrar o que
acha que vale" (Marcelo Damaso)
CASARÃO
PORTO VELHO
QUANDO
maio, desde 2000
www.festivalcasarao.com.br/
viniciuslemos.ro@gmail.com
ENVIO DE MATERIAL
Av. Pinheiro Machado, 1613, Bairro
São Cristóvão - Porto Velho, RO -
76801-247
CONSELHO DO ORGANIZADOR
"Toque o máximo possível. Ser bom
e conhecido em sua cidade é o
primeiro passo. Uma banda fora do
MySpace hoje não existe como
banda" (Vinicius Lemos)
DEMOSUL
LONDRINA-PR
QUANDO
novembro, desde 2001
www.demosul.com.br /
festivaldemosul@pop.com.br
ENVIO DE MATERIAL
R. Xingu, 136 - Londrina, PR,
86025-390
CONSELHO DO ORGANIZADOR
"Não queira ser o próximo Jota
Quest ou Ramones. Escreva um
release sucinto e objetivo. Não
espere sua chance cair do céu"
(Marcelo Domingues)
GOIÂNIANOISE
GOIÂNIA
QUANDO
novembro, desde 1995
www.goianianoisefestival.com.br/ eventos@monstrodiscos.com.br
ENVIO DE MATERIAL
Caixa Postal 10065 - Goiânia, GO -
74025-970
CONSELHO DO ORGANIZADOR
"Só trazemos artistas com nome no
circuito. Grave um disco com qualidade,
faça muitos shows e tente
mostrar que é uma banda ativa e
que se movimenta" (Léo Razuk)
CALANGO
CUIABÁ
QUANDO
outubro, desde 2001
www.festivalcalango.com.br/cuboatendimento@gmail.com
ENVIO DE MATERIAL
Av. Presidente Marques, 240, Centro
- Cuiabá, MT - 78045-175
CONSELHO DO ORGANIZADOR
"Forme público, se inscreva em editais,
capte patrocínios e entenda que
festivais são para troca de contatos e
construção de uma carreira num
mercado médio" (Pablo Capilé)
GRITOROCK
80 CIDADES
QUANDO
fevereiro, desde 2002
www.gritorock.com.br/ contato@foradoeixo.org.br
ENVIO DE MATERIAL
Av. Presidente Marques, 240, Centro -
Cuiabá, MT - 78045-175
CONSELHO DO ORGANIZADOR
"É fundamental ter condições de bancar
a viagem até onde irá tocar. Leia blogs
de música independente, desconfie de
elogios e não leve críticas pro lado pessoal"
(Marcelo Santiago)
MADA
NATAL
QUANDO
outubro, desde 1998
www.festivalmada.com.br/
jomas.mada@uol.com.br
ENVIO DE MATERIAL
Av. Deodoro da Fonseca, 402/1002, Petrópolis - Natal, RN -
59020-600
CONSELHO DO ORGANIZADOR
"Veja quais festivais têm programação
em que o seu tipo de som se
encaixa. Caso existam, envie
reportagens publicadas sobre a
banda" (Jomardo Jomas)
ELETRONIKA
BELO HORIZONTE
QUANDO
novembro, desde 2005
www.festivaleletronika.com.br / malab@malab.com.br
ENVIO DE MATERIAL
R. Cristina, 1213, Santo Antônio - Belo
Horizonte, MG - 30330-130
CONSELHO DO ORGANIZADOR
"Some esforços com promotores e multiplique
sua divulgação. Aproveite a rota que
estiver percorrendo para realizar o máximo
de apresentações" (Aluizer Malab)
ABRIL PRO ROCK
RECIFE
QUANDO
abril, desde 1993
www.abrilprorock.info/abrilprorock@yahoo.com.br
ENVIO DE MATERIAL
R. Gonçalves Maia, 114, apto. 02, Boa
Vista - Recife, PE - 50070-060
CONSELHO DO ORGANIZADOR
"Mostre interesse. Quem quer viver de
música tem que investir, como os produtores
fazem. Venda o carro se for preciso.
Deixe claro que quer tocar para ter
projeção" (Paulo André)
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