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Álvaro Pereira Júnior - cby2k@uol.com.br
Hot Chip, a banda que não quer ser maior
É um discaço "One Life Stand", o novo do Hot Chip,
lançado no começo do mês na Inglaterra. O Hot
Chip é de Putney, subúrbio caidão de Londres, de
onde vem também o xx. Putney pode ser uma derrota,
mas da música de lá ninguém pode reclamar.
"One Life Stand", o quarto disco da banda, é um trabalho contido. Talvez fosse a hora de o Hot Chip virar os
Chemical Brothers, ou o LCD Soundsystem. Abraçar de
vez a união explosiva de rock com eletrônico.
Mas não foi por aí que eles caminharam. Continuam
cerebrais, cada vez mais parecidos -até na feiúra- com
os pais de tudo o que é eletrônico, o Kraftwerk.
O vocalista Alexis Taylor é o mais improvável frontman. Feioso, baixinho, sem carisma, com uma voz de
pouca extensão. Mas é em torno dele que gira o Hot
Chip, tanto no disco quanto ao vivo.
O álbum abre com "Thieves in the Night", electropop
puro e otimista. "Happiness is all we want", diz a letra.
"Hand me Down Your Love" é mais sombria, usa arranjo de cordas, e a referência aí é o Depeche Mode.
"One Life Stand" é talvez a melhor faixa. Tem batidas
disco e letra inteligente. "One Life Stand" é uma brincadeira com a expressão "one-night stand", a tal ficada de
uma noite só. O Hot Chip quer ficar pela vida inteira.
São dez faixas, a última delas a mais Depeche Mode de
todas, "Take It In", que se não tocar em todas as pistas
do planeta vai provar que não existe justiça nesta vida.
O Hot Chip é uma banda muito vigorosa ao vivo, e o
show todo cheio de problemas técnicos que deu no Brasil em 2007 não serve como referência. Se vier de novo
para cá, não dá para perder.
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