São Paulo, segunda-feira, 22 de março de 2004

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Velhos e bons poemas de amor

LUÍS AUGUSTO FISCHER
COLUNISTA DA FOLHA

Não é o melhor poeta do mundo, pouca gente o lê com o mesmo fervor de umas décadas atrás, mas, cá entre nós, é uma beleza ler "Vinte Poemas de Amor e uma Canção Desesperada", do chileno Pablo Neruda.
Neruda viveu quase 70 anos e entrou para a história como uma grande voz poética. Em parte, sua fama se deveu a uns poemas engajados, de denúncia das misérias humanas e de ataque ao imperialismo, temas ambos hoje meio ausentes da poesia. Foi do Partido Comunista naquela época em que todo mundo era, porque parecia ser aquela uma direção segura para chegar ao futuro, que atendia pelo nome de socialismo. Virou referência para pelo menos duas gerações de poetas.
Passou o tempo, e muitos daqueles sonhos viraram pó. A voz de Neruda também envelheceu um pouco, mas é um gosto reencontrar esse livro, que ele escreveu aos 20 anos, explodindo de amor e das contradições que ele impõe.
A primeira linha do poema número 20 é famosa: "Posso escrever os versos mais tristes esta noite". Atire a primeira pedra quem, alguma vez na vida, não pensou exatamente isso, especialmente na hora do abandono e da solidão.


Vinte Poemas de Amor e uma Canção Desesperada

Autor: Pablo Neruda (tradução de Domingos Carvalho da Silva)
Editora: José Olympio (tel. 0/xx/21/2585-2060)
Quanto: R$ 19



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