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INTERNETS
Ronaldo Lemos - ronaldolemos09@gmail.com
Pacientes na rede
Muita gente enfrenta todos os dias a batalha
contra uma doença crônica, daquelas que alteram radicalmente a qualidade de vida.
É uma situação difícil. Em muitos casos, envolve perambular de médico em médico em busca de um diagnóstico e de um tratamento que realmente funcionem.
Quem já passou por isso sabe que um dos piores aspectos é a sensação de desamparo. Não ter a quem recorrer para saber se está no caminho certo para melhorar.
Daí vem a importância de iniciativas como o Patients
Like Me (www.patientslikeme.com, pacientes como
eu), rede social para quem sofre de doenças crônicas.
Não todas. Há hoje cerca de 20, incluindo epilepsia,
Parkinson, Aids e também distúrbios como ansiedade,
transtorno bipolar e depressão. E, há poucos dias, o site abriu uma comunidade para quem recebeu transplantes. É uma maneira incrível de ajudar pessoas.
Primeiro porque acaba com a sensação de estar sozinho com o problema. Cada paciente compartilha com
outro o resultado do tratamento e os desafios diários.
Segundo porque o site reúne também médicos, pesquisadores e a indústria farmacêutica. Em poucos
anos (desde 2005), tornou-se uma valiosa fonte de
pesquisa. Pelos dados compartilhados é possível desenvolver tratamentos e saber o que está funcionando.
Um exemplo é a raríssima doença chamada PLS (um
tipo de esclerose). Antes, o maior grupo de pacientes
estudado tinha 20 pessoas. Pelo site, foi possível trabalhar com 116.
Só há um problema. O site é americano, sem similar
no Brasil, o que dificulta o acesso. Tenho conversado
com médicos como Luis Eduardo Teixeira de Macedo,
do Rio, que estão batalhando para criar algo parecido
por aqui. Merecem todo o apoio.
Iniciativas como essa podem mudar radicalmente a
qualidade da pesquisa sobre doenças e também a vida
dos pacientes. Nesse caso, para melhor.
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