São Paulo, segunda-feira, 22 de junho de 2009

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INTERNETS

Ronaldo Lemos - ronaldolemos09@gmail.com

Software livre é punk

Imagine 7.000 pessoas, grande parte jovens, reunidas no mesmo lugar para falar sobre... software. Parece um assunto técnico e chato, mas é só adicionar uma palavra que tudo muda: livre.
Porto Alegre recebe nesta semana, pela décima vez, o FISL (Fórum Internacional do Software Livre). É um dos eventos mais legais do Brasil e um dos maiores do mundo. Para quem não sabe, o software livre é aquele que pode ser copiado e modificado por qualquer pessoa. A única regra é que qualquer modificação deve ser livre também, dando continuidade ao círculo virtuoso.
Muita gente usa software livre sem saber. O navegador Firefox é um exemplo. E o sistema operacional Linux é mundialmente conhecido. Mas há inúmeros outros. A ponto de a influente revista "The Economist" ter ousado declarar a vitória do software livre sobre o fechado. Segundo ela, com mais cabeças pensando em cima de um produto aberto, é inevitável que os resultados sejam mais inovadores. E, nessa, até a Microsoft começou a adotar modelos abertos para alguns produtos.
O mais legal do FISL é acompanhar a sua evolução. Antes, o destaque era só para as discussões técnicas. Elas continuam, mas cresceu o espaço para a discussão de temas importantes para a internet no Brasil e no mundo. Por exemplo, neste ano o evento terá Peter Sunde, um dos líderes do site Pirate Bay. Execrado pela indústria, o jovem sueco é ao mesmo tempo considerado por muita gente um tipo novo de herói dos tempos atuais. Virá ao Brasil falar sobre downloads na internet.
O fórum terá ainda representantes da Mozilla, criadora do Firefox, e uma mesa para discutir o polêmico projeto de lei do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) para criminalizar a internet que, em pouco tempo, conseguiu 140 mil assinaturas contrárias no país.
A única coisa a lamentar é que o número de mulheres no fórum ainda é pequeno. Apesar disso, elas estão cada vez mais organizadas, e é bacana acompanhar projetos como o Software Livre Mulheres (migre.me/2esu).
O FISL torna-se cada vez mais um ponto de encontro jovem. Afinal, o software livre atualiza o ideal punk do "faça você mesmo" para a era digital. E, como quem controla o código influencia a rede, ele acaba sendo também uma nova forma de participação pública.

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