São Paulo, segunda-feira, 22 de outubro de 2007

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Sexo & Saúde

Jairo Bouer - jbouer@uol.com.br

Sexo anal não tira virgindade

"Estou em uma situação delicada. Ontem estava com minha namorada, que é virgem ou, pelo menos, dizia que era. A gente se empolgou e chegou a ensaiar o sexo anal. Foi tudo muito rápido e nem cheguei a penetrar. Só encostei e, aí, foi o tempo de eu levantar e ejacular. Tenho certeza que não ejaculei nela. Estava sem preservativo e, por isso, não me aproximei da vagina. Ela se trancou no banheiro e disse que a penetração no ânus fez com que ela perdesse a virgindade. Hoje ela foi ao médico e ele confirmou. É possível perder a virgindade sem penetração na vagina? Estou com medo de que minha namorada não esteja sendo sincera. Meu problema não é o fato de ela ser ou não virgem e, sim, o de ela insistir em tomar a pílula do dia seguinte, sendo que eu não passei nem perto da vagina. E se ela aparecer grávida e disser que é meu?"

A INTENÇÃO aqui não é tentar descobrir quem está falando a verdade. Não cabe uma avaliação moral do que aconteceu e, sim, uma tentativa de explicar melhor alguns conceitos.
Em primeiro lugar: é impossível alguém perder sua virgindade (ter o hímen rompido) com sexo anal. O rompimento só acontece com a penetração do pênis na vagina. Objetos ou dedos introduzidos dentro da vagina poderiam também, eventualmente, romper essa membrana, embora isso seja bem incomum.
O conceito de colocar a camisinha só no sexo vaginal, já que o sexo anal não traz risco de gravidez, é um erro. Há risco muito grande de transmissão de DSTs (doenças sexualmente transmissíveis) no sexo anal. Além disso, se o garoto ejacular no ânus e o esperma escorrer para a vagina, a menina pode correr risco de engravidar.
Hoje em dia, muitos casais optam pelo sexo anal para evitar o rompimento do hímen e para não correr risco de gravidez. Mas será que fazer sexo anal não equivale, em termos de conceito do que é virgindade, a fazer sexo vaginal? A pessoa não está fazendo sexo da mesma forma?
Outro conceito: sem sexo vaginal e sem ter contato com esperma ninguém corre o risco de gravidez e, portanto, não há necessidade do uso de pílula do dia seguinte. Ela traz uma quantidade mais alta de hormônios e só deve ser usada em situações de real necessidade.
Com o avanço da ciência, um simples teste de paternidade pode dizer quem é filho de quem. Não há mais risco de alguém assumir um filho que não é seu.
Depois de todas essas informações é fundamental que o casal tente esclarecer o que está acontecendo. É muito complicado ter uma relação amorosa de qualidade se um não confia no outro. Vocês têm que conversar!

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