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São Paulo, segunda-feira, 22 de dezembro de 2003

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02 NEURÔNIO

O surto natalino

JÔ HALLACK
NINA LEMOS
RAQ AFFONSO
COLUNISTAS DA FOLHA

No Natal, acontecem fenômenos bizarros. Como o próprio Folhateen mostrou na semana passada, o Natal faz com que você tenha uma espécie de febre consumista. Até o Papai Noel (verdadeiro, que mora na Groenlândia) está triste com isso.
Mas, infelizmente, nós estamos com a tal febre. E, no nosso caso, ela não é só consumista. É também existencial e sentimental. Aí, agora pensamos que ficamos muito em crise e isso nos deixou em crise.
Alguns pensamentos estúpidos (que nos fazem sentir mal só por tê-los), que passam pelas nossas cabeças nesta véspera de Natal:

OS CONSUMISTAS
Será que dei caixinha suficiente para o porteiro?
E o pessoal do estacionamento também merece caixinha?
Devo dar presentes para meus chefes ou não?
Peru recheado com castanhas engorda?
Devo avisar às pessoas que vou dar presente (para ganhar) ou isso é falta de educação?
Devo chutar o balde e só presentear as crianças? Mesmo que eu não tenha crianças na família?
Será que fiz bem em faltar à festa da firma ou será que eu serei demitida no dia 2 de janeiro por causa disso?
Se você está na escola, a mesma paranóia deve ocupar a sua mente... Só que um pouco diferente. Será que vão parar de falar comigo só porque eu faltei à festa de amigo-secreto?

OS EXISTENCIAIS
Mais um fim de ano e pouca coisa mudou na minha vida. Será que vai ser sempre assim?
Eu continuo tendo vontade de brigar com a minha família na hora da ceia natalina. Será que sempre vai ser assim?
Eu sinto angústia na hora dos presentes. Sou idiota e penso que o Natal é uma data fútil, apesar de eu também ser fútil (tanto que gastei dinheiro comprando um monte de presentes). Será que sempre vai ser assim?
E provavemente vai ser sempre assim, sempre. Natal só era bom quando a gente era criança.
Mas, quando esse pensamento tomar conta da sua cabeça, faça algo! Ouça Peaches no discman. "Fuck the Pain Away". Ligue para um pretê e fale mal do Natal. Fuja para a casa dos seus amigos e ouça punk rock. Até mesmo no Natal... Libere o mosh!
PS. E desculpem... É difícil ser engraçada no Natal depois que a gente é adulto. E não é porque a gente é piadista que não tem o direito de ficar melancólica...



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