São Paulo, segunda-feira, 23 de maio de 2011

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CIÊNCIA DE VALOR

FESTIVAL NOS ESTADOS UNIDOS PREMIA JOVENS PESQUISADORES DE TODO O MUNDO INCLUINDO O BRASIL

DIOGO BERCITO
ENVIADO ESPECIAL A LOS ANGELES

A frase "que sorvete que nada, eu quero é estudar" não saiu de um mundo ideal imaginado por adultos. Veio de Amanda Rodrigues, 20.
Foi o jeito que a paulista encontrou para apressar os colegas que queriam fazer uma pausa nos preparos da delegação brasileira.
O país levou um time de 32 alunos para a Intel Isef, a maior feira de ciências do mundo, em Los Angeles.
O grupo apresentou 21 projetos -dos quais 11 foram premiados. Um deles recebeu US$ 60 mil em bolsas.
O evento reúne 1.500 alunos vindos de 65 países, apesar de a maioria ser dos EUA.
O Brasil se destacou não apenas pelos prêmios, em maior número do que os do restante da América Latina.
A empolgação dos estudantes, talvez comparável só à da Arábia Saudita, era elogiada entre os estandes expostos a jurados e público. As apresentações duravam de cinco a dez minutos.
A gaúcha Kaowana Vianna, 18, era das mais animadas, apressadinha na fala.
Após o bisavô e a avó da garota serem amputados devido a complicações na circulação causadas pela diabetes, ela criou uma meia para manter os pés aquecidos.
O tecido funciona a partir de nanopartículas de prata que refletem a radiação térmica emitida pelo corpo.
Kaowana recebeu US$ 500 pelo quarto lugar conquistado na categoria medicina.

PREMIAÇÃO
Apesar do clássico "estar aqui já é uma vitória", um dos alunos da delegação brasileira comenta: "Somos julgados pelos prêmios. Se voltarmos sem nada, não vamos conhecer o presidente".
Ele se refere aos alunos que, em 2009, foram parabenizados ao vivo por Lula. Troféus e dólares, porém, não pareciam ser o único foco de alunos e professores.
"É um objetivo sim, para chamar a atenção. Mas não trouxemos só as pesquisas com nota mais alta, procuramos incluir alunos de todo o país", diz Roseli Lopes, coordenadora da Febrace -uma das feiras nacionais que classificam alunos para a Isef.
A estratégia busca disseminar a ciência entre jovens de todos os cantos. "Brincamos que vamos encontrar o próximo prêmio Nobel, estamos mexendo na base", diz. Em 2010, o governo aprovou edital para distribuir R$ 10 milhões a eventos como Febrace e Mostratec.

O jornalista DIOGO BERCITO viajou a convite da Intel


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