São Paulo, segunda-feira, 23 de maio de 2011

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RONALDO LEMOS ronaldolemos09@gmail.com

Milionário russo comprou parte da MPB

FIQUEI IMPRESSIONADO com "Uma Noite em 67", o documentário que conta como o festival de música da TV Record naquele ano resumiu a matriz da música popular brasileira.
Estavam lá Roberto Carlos, Gil, Caetano, Chico, Edu Lobo e os Mutantes.
No final, os créditos também chamam a atenção: boa parte das músicas são de propriedade da Warner/Chappell (inclusive "Ponteio", a vencedora).
Isso me faz lembrar de duas coisas. A primeira é que as gravadoras multinacionais foram importantes para a nossa MPB. Fale-se o que quiser, mas lançaram muita gente e ajudaram a criar a sonoridade dos discos cultuados até hoje.
A segunda coisa é que grande parte da MPB é controlada por empresas estrangeiras. Isso explica por que razão nossa música toca no mundo todo mas não recebemos nada por isso, na maioria dos casos.
Ao contrário, o Brasil manda cada vez mais dinheiro arrecadado com música aqui para o exterior.
Em 2001, o Ecad (órgão que arrecada direitos autorais) enviou 11% da sua arrecadação para fora. Em 2009 o valor atingiu 31%.
Vale dizer que o Ecad enfrenta questionamentos, especialmente após a descoberta de fraudes (glo.bo/ gmBSII) que levaram à abertura de uma CPI para investigá-lo. É possível que esse aumento significativo de remessas acabe aparecendo nas investigações.
Como o mundo dá voltas, a Warner acabou de ser comprada pelo milionário russo Len Blavatnik.
Com ela, foi junto todo o catálogo de músicas brasileiras, que passam a pertencer a ele.
O negócio foi visto com ceticismo, já que a especialidade do seu grupo empresarial é na áreas de petróleo e de alumínio.
De qualquer forma, já dá para saber para o bolso de quem boa parte MPB vai render daqui para a frente.

MONITOR
JÁ ERA
Gravadoras autônomas, como a EMI, comprada há pouco pelo Citibank

JÁ É
Len Blavatnik comprando a Warner

JÁ VEM
Len Blavatnk interessado em comprar a EMI

www.folha.com.br/mm918303


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