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sexo e saúde
Dois filmes brasileiros que têm tudo a ver com a sua vida
JAIRO BOUER
COLUNISTA DA FOLHA
Hoje a coluna deixa de lado as dúvidas dos
leitores para tratar de cinema. Há dois filmes brasileiros em cartaz que você não pode perder. "Cidade de Deus" e "Houve Uma Vez
Dois Verões" têm tudo a ver com sua vida e
com seu futuro. Eles traduzem com clareza
muitas das angústias dos jovens brasileiros.
"Houve Uma Vez Dois Verões", do diretor
Jorge Furtado (que, aliás, dirigiu um dos melhores curtas do cinema nacional, o premiado
"Ilha das Flores", de 1989, que você pode checar no site www.portacurtas.com.br).
O filme conta a história de dois amigos ainda virgens que vão passar o verão no litoral do
Rio Grande do Sul. Chico conhece Roza e tem
a sua primeira vez com ela, sem camisinha! E
pasme: a menina diz que engravidou! Enquanto seu amigo Juca tenta descolar uma garota para ter sua primeira transa (afinal, ele
não podia ficar para trás), Chico tenta levantar grana para um aborto.
Completamente apaixonado, ele acaba fazendo uma trapalhada depois da outra. Já ouviu essa história antes? Quem é que nunca se
apaixonou, ficou todo atrapalhado e fez um
monte de bobagens? E o vacilo de não usar camisinha? E o medo da gravidez indesejada?
No Brasil de hoje, de 20% a 25% das meninas
de até 18 anos já engravidaram.
Veja o filme, pense um pouco no assunto e
perceba que todos estamos vulneráveis. Esse é
o tipo de situação que pode acontecer com
qualquer um. Portanto fique esperto!
Bem mais sério, "Cidade de Deus" é um filme obrigatório. Ele é um retrato importante
do que acontece nas periferias e favelas das
grandes cidades. No filme, crianças entram
no mundo do crime e acabam tendo carreira
e prestígio garantidos. Em tempos de Fernandinho Beira-Mar, Elias Maluco e outros lideres do tráfico, dá para entender direitinho como é que eles chegam lá.
Mas o que você tem a ver com o tráfico?
Muita coisa! Hoje, os especialistas atribuem
boa parte da violência e das mortes nas grandes cidades à ação dos traficantes, suas disputas por áreas de venda, seus peculiares acertos
de contas e a interligação do tráfico com
quem tem poder de compra. Pode apostar
que maconha e cocaína não são vendidas só
para quem mora nas favelas.
Pesquisas têm mostrado que hoje de 40% a
50% dos jovens de classe média já experimentaram maconha. Em algumas escolas e faculdades, o consumo de maconha é tão comum
quanto o do cigarro. Detalhe: cigarro é comprado em bares e padarias. E a maconha? Das mãos dos traficantes! Você já pensou que cada baseado que passa perto de você alimenta essa poderosa rede e contribui para aumentar
a violência na cidade em que você vive? É bom pensar nisso!
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