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A diversão dos forrós contada na história do sanfoneiro Luiz Gonzaga
LUÍS AUGUSTO FISCHER
COLUNISTA DA FOLHA
Você vai se divertir e sacudir o esqueleto ao som daquele conjunto
de sanfona, zabumba e triângulo. Naturalmente, você não vai parar
para pensar em coisa nenhuma, porque a diversão é que importa.
Mas pode muito bem se perguntar de onde veio aquilo tudo, aquela
música e aquela formação.
Um caminho para mergulhar nessa história está na ótima biografia
"Vida de Viajante: A Saga de Luiz Gonzaga", escrita por Dominique
Dreyfus. Reconstituindo com o máximo detalhe a vida do mitológico
sanfoneiro, Dominique passeia pela história da cultura brasileira, particularmente da nordestina.
Luiz Gonzaga era filho de um sanfoneiro, daqueles quase puramente
intuitivos. Nascido em 1912, desde menino acompanhava o pai nos
bailes do interiorzão de Pernambuco. Circulou pelo país até fixar-se no
Rio para tocar sua sanfona em bares da zona de prostituição. O que tocava? Valsas, tangos, foxtrotes, sambas -e não baiões.
Por quê? Pelo singelo motivo de que não existia o baião, tal como
nós o conhecemos. Foi o próprio Luiz Gonzaga quem o inventou, em
1946, quando ele e seu parceiro Humberto Teixeira compuseram
alguns dos clássicos do cancioneiro brasileiro, como "Asa Branca" e o
próprio "Baião". Ah, sim: e não vá atrás da história de que "forró" vem
de "for all": a palavra é mais antiga e vem da redução de "forrobodó".
E-mail: fischerl@uol.com.br
"Vida de Viajante: A Saga de Luiz Gonzaga"
Autor: Dominique Dreyfus
Editora: 34
Quanto: R$ 33
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