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Professores criticam a influência de partidos
DA REPORTAGEM LOCAL
Para acadêmicos e intelectuais ouvidos pelo Folhateen, o principal problema
da UNE hoje em dia é o excesso de influência de partidos políticos.
"A UNE é atualmente
dirigida pelo PC do B,
um partido com responsabilidades governamentais, que a usa
para dar respaldo às
suas políticas", afirma o professor de
história da USP
Osvaldo Coggiola.
O cientista político Francisco
Fonseca, professor da Fundação
Getúlio Vargas,
também considera a partidarização prejudicial para a instituição. "Não
digo que os partidos
não devem estar lá, mas
ela não pode ser um mero satélite, pois isso atrapalha a autonomia."
"Não deveria haver o domínio de um setor
dentro de uma instituição. Como o
melhor dos
mundos está
longe da realidade, existe dentro da
UNE uma partidarização", diz
Maria Aparecida Aquino, professora de história da USP.
Mesmo assim, eles concordam que a entidade é importante. "É preciso existir a União
Nacional dos Estudantes. Ela
foi uma conquista do movimento estudantil brasileiro e latino-americano", diz o professor
Coggiola.
Já o filósofo Paulo Ghiraldelli
Jr. avalia que, da forma como
funciona hoje, a entidade deixou de fazer sentido. "É como o
jogador de futebol: precisa saber parar, senão fica ridículo."
Para ele, a UNE deveria se renovar oferecendo serviços para
auxiliar o estudante profissionalmente. "Por mais politizado
que o jovem seja, ele não tem
mais tempo para pensar em outra coisa que não a sua carreira.
Se a UNE oferecesse serviços,
como cursos à distância ou programas de estágio, o estudante
se envolveria mais", afirma.
Segundo Gustavo Petta, na
UNE há pessoas ligadas a diferentes partidos políticos. "A
gente se esforça para que essa
presença seja sadia. Não concordo que a UNE hoje tenha
perdido autonomia nem que
esteja sendo utilizada por qualquer partido ou pelo governo."
Ele reconhece que a entidade
poderia oferecer mais serviços
profissionalizantes ao estudantes, mas que não deveria se resumir a isso.
(LC)
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