São Paulo, segunda-feira, 24 de julho de 2006

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Álvaro Pereira Júnior @ - cby2k@uol.com.br

Só tiozinhos ainda compram CDs

DE VOLTA de breve passagem por Los Angeles, o amigo Zeca Camargo relata: uma das maiores lojas de CDs da cidade, a Virgin do Sunset Boulevard, estava às moscas quando ele passou por lá.
Na edição de domingo passado, o jornal "The New York Times" sentencia: as lojas de discos estão ficando grisalhas. Os clientes já passaram dos 40 e não estão atrás de novidades, mas de sons do seu tempo.
Mas então onde a galera -da qual você, jovem leitor, faz parte- obtém a música que escuta? Na internet, é claro. Nos EUA, geralmente pagando, em lojas virtuais como a do iTunes. No Brasil, na base do Soulseek mesmo.
Zeca e eu temos a mesma idade, 43 (ele é três dias mais novo), e somos do tempo -odeio essa expressão "do tempo", mas vá lá- em que as lojas de música, principalmente as gringas, eram templos lotados de gente e de novidades.
Era lá que ganhava dimensão física aquela banda que só conhecíamos pelo nome, de ler na "Rolling Stone" ou no "New Musical Express". Além da música em si, o público das lojas era um espetáculo: modernos em geral, músicos, skatistas etc.
Hoje em dia... bem, segundo a reportagem do "NYT", quem vasculha as prateleiras de CDs no século 21 é gente com cabelos grisalhos e rabo-de-cavalo (pelo menos, rabo-de-cavalo eu não tenho).
Segundo vários lojistas entrevistados, a saída para não falir é investir em diferenciais, como abrir um barzinho dentro da loja. Ou virar point de descolados, como a pequena Other Music, de Nova York, ou a gigantesca Amoeba, da Califórnia.
Se eu fosse diretor de gravadora, estaria muito preocupado com toda essa história. Como sou apenas um colunista de jornal, estou só muito interessado.


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