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São Paulo, segunda-feira, 24 de novembro de 2003

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GAME ON

Entre os piratas e as grandes corporações

ANDRÉ VAISMAN
FREE-LANCE PARA A FOLHA

O jogo "Mario Kart Double Dash", para GameCube, vendeu no Japão 208 mil unidades na sua semana de estréia. Lembre-se de que cada game não sai por menos de US$ 50. Um único jogo movimentou mais de US$ 10 milhões em uma semana. Está certo que é no Japão, país riquíssimo e com tradição em games. Quando a gente se depara com números desses, fica difícil acreditar no papo de que a pirataria impede a entrada dos fabricantes em determinados países.
A Sony já começa a retroceder no plano de criar um chip antipirataria para entrar na China e nem sonha em procurar o Brasil no mapa. A Nokia mal lançou o N-Gage e já sofre com games piratas. E a pirataria em questão não acontece no Brasil. É coisa de Primeiro Mundo.
Na semana passada, discuti com um amigo que só joga com games piratas. Enquanto eu pago uma fortuna para comprar um joguinho, meu amigo compra cerca de 15 pelo mesmo valor. Eu digo: "Você está fazendo o jogo dos bandidos". Ele me responde: "E você está dançando a música das grandes corporações e, pior, jogando muito menos por um preço muito maior". Os dois temos razão, só que ele se diverte muito mais. E ainda me pergunta: "Você, por acaso, já ouviu alguma declaração das grandes empresas, defendendo-se ou propondo uma solução?". Nunca, nenhuma palavra. Falta de consideração? Preconceito contra países pobres? Será que devemos jogar a toalha e partir para a ilegalidade?


Colaborou Fabio Silva

@ - gameon@folha.com.br


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