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GAME ON
Entre os piratas e as grandes corporações
ANDRÉ VAISMAN
FREE-LANCE PARA A FOLHA
O jogo "Mario Kart Double Dash", para
GameCube, vendeu no Japão 208 mil
unidades na sua semana de estréia. Lembre-se de que cada game não sai por menos de US$ 50. Um único jogo movimentou mais de US$ 10 milhões em uma semana. Está certo que é no Japão, país riquíssimo e com tradição em games.
Quando a gente se depara com números
desses, fica difícil acreditar no papo de
que a pirataria impede a entrada dos fabricantes em determinados países.
A Sony já começa a retroceder no plano de criar um chip antipirataria para
entrar na China e nem sonha em procurar o Brasil no mapa. A Nokia mal lançou
o N-Gage e já sofre com games piratas. E
a pirataria em questão não acontece no
Brasil. É coisa de Primeiro Mundo.
Na semana passada, discuti com um
amigo que só joga com games piratas.
Enquanto eu pago uma fortuna para
comprar um joguinho, meu amigo compra cerca de 15 pelo mesmo valor. Eu digo: "Você está fazendo o jogo dos bandidos". Ele me responde: "E você está dançando a música das grandes corporações
e, pior, jogando muito menos por um
preço muito maior". Os dois temos razão, só que ele se diverte muito mais. E
ainda me pergunta: "Você, por acaso, já
ouviu alguma declaração das grandes
empresas, defendendo-se ou propondo
uma solução?". Nunca, nenhuma palavra. Falta de consideração? Preconceito
contra países pobres? Será que devemos
jogar a toalha e partir para a ilegalidade?
Colaborou Fabio Silva
@ - gameon@folha.com.br
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