Veja as histórias mais inusitadas que já rolaram com as bandas que vão tocar nos festivais que tomam Rio e SP no fim de semana

TARSO ARAÚJO

CONTROL Z
Uma vez a gente fez um show corporativo e tinha umas senhoras de uns 80 e 90 anos exaltadas na plateia. E temos um guitarrista 'sex symbol' na banda, loiro, alto, que é o Marcinho. Aí as senhoras conseguiram entrar no camarim e uma delas colocou um papelzinho no bolso dele. Ele fingiu que não percebeu, meio sem saber o que fazer, e ficamos quietos. A gente se esqueceu do papel e depois, na van, eu perguntei por ele: tinha uma nota de R$ 50, com o telefone da mulher. Era uma daquelas coroas toda reformada, mas nem reformada ela tinha jeito. A gente deu risada e paramos para beber alguma coisa com o dinheiro.
Bernardo Paes, 31 , o Bernardinho, vocalista da banda Control Z

CINE
Recentemente, no Twitter, recebemos muita pergunta do tipo 'vocês são uma banda montada?'. É estranho. Muita gente acha que fomos 'montados' pela gravadora, que a gente não se conhecia. Só que nos conhecemos desde pivetes. Conheço o Dan desde os 15 anos. E, quando surgiu a gravadora, falaram que um dos nossos pontos fortes era o visual. Não queriam mexer em nada e nos deram carta branca para tocar como a gente quisesse. [Quando o CD foi lançado] já fazíamos show para 3.000 pessoas, com as pessoas cantando, e nosso site já era bombado. Rolou até história com opção sexual. Na banda, todos somos héteros. E a galera cria uma polêmica por causa do colorido e dos nossos cabelos. Começa um boato de que o DH curte menino. 'Nossa, me falaram que o DH namora um menino.' Depois, que o menino é o Bruno [Prado, baixista]. Falaram que eu namorava a Mari Moon. Eu só vi a Mari uma vez na vida! A galera viaja... O Twitter é um telefone sem fio absurdo. A gente posta alguma coisa e a galera arregaça, às vezes até os fãs desaprovam o que falamos. É uma ferramenta legal, mas para mim ainda é meio bizarro.
Diego Silveira, o DH, 22, vocalista da Cine

FRESNO
Uma vez fomos para o show e esquecemos o Lezo, então baixista. Estávamos em dois carros. Quem estava em um carro achava que ele estava no outro. Só depois de dezenas de quilômetros é que demos falta dele.
Gustavo Mantovani, o Vavo, 26, guitarrista da Fresno

GLÓRIA
Quando a gente ainda era do underground, fomos fazer show em outro Estado e tava combinado que dormiríamos num hotel. Chegando lá, o lugar era uma casa dentro de uma favela. No fim das contas, fomos muito bem recepcionados pelo dono da casa, mas ficamos com medo por causa dos equipamentos. E não tinha jeito, dormimos todos no chão, dez pessoas, apertadas, quatro num quarto e alguns na sala. No final, foi superengraçado.
Mi, 27, vocalista do Gloria

STRIKE
No primeiro show que a gente fez, em Juiz de Fora (MG), lotou a casa. No segundo, pagaram nosso primeiro cachê para tocar numa festa a fantasia. Em duas semanas, já tínhamos outro show marcado! Quando chegou lá, só tinha um Zorro, uma motoqueira e uma Mulher Maravilha na plateia. A gente fez o show mesmo assim. Eles dançaram só no comecinho, porque tava muito barulho. E a gente tocou o resto das músicas pra ninguém.
Marcelo Mancini, 31, vocalista da Strike

HEVO 84
A gente sempre organiza a entrada de fãs no camarim, para tirar fotos, pegar autógrafo etc. Teve um show em Campinas em que entrou uma mina chorando e ela não parava de chorar, chorar, chorar... Ficou cinco minutos chorando, a gente perguntava coisas e ela não falava nada. Não conseguiu pegar autógrafo, falar... Aí se passaram os cinco minutos e ela saiu, sem falar um 'a' com a gente.
Renne Fernandes, 24, vocalista da Hevo 84

CUEIO LIMÃO
Como a gente morava no Mato Grosso do Sul e fazíamos shows em São Paulo, por duas vezes atropelamos animais silvestres! Uma vez, um tamanduá, perto da nossa cidade. A gente tomou um susto, freamos, mas matamos o tamanduá. Arrebentou a frente do carro, e um dispositivo anti-incêndio desligou o carro. A gente ficou a madrugada inteira na estrada. Outra vez, saímos de um show em Maringá (PR) com uma neblina muito forte e atropelamos uma capivara. Vítima fatal também.
Mano Torquato, 27, guitarrista da Cueio Limão