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cinema
Persépolis vai ao cinema
Animação "Persépolis" tem como pano de fundo a história
recente do Irã e mostra os conflitos de uma jovem muçulmana
DA REPORTAGEM LOCAL
Imagine a vida de uma
adolescente no Irã nos
anos 80, durante a Revolução Islâmica, que
obrigou as mulheres a
usarem véus, separou meninas
e meninos nas salas de aulas e
proibiu as pessoas de darem
festas, entre tantos outros
exemplos.
Esse é o mote da animação
"Persépolis", adaptação cinematográfica da autobiografia
em quadrinhos de Marjane Satrapi, iraniana radicada na
França .
Dirigido pela própria Satrapi
em parceria com Vincent Paronnaud, o longa narra a trajetória de Marji, garota politizada
e contestadora criada em uma
família de intelectuais de esquerda durante o regime islâmico no Irã.
Da infância religiosa à adolescência rebelde, ela vê sua vida sofrer mudanças radicais
conforme a repressão política
avança.
Marji perde amigos e parentes perseguidos pelo governo e
se vê obrigada a deixar o país
para estudar na Áustria, com o
início da guerra Irã-Iraque.
Mas, mesmo com passagens
tristes, o filme nunca perde o
humor nem a delicadeza. Os
traços simples de Satrapi, bem
como as cores sóbrias (apenas
preto, branco e cinza) estão lá,
garantindo fidelidade à linguagem dos livros.
A produção conta ainda com
a colaboração de estrelas do cinema. Catherine Deneuve empresta a voz à mãe de Satrapi, e
Chiara Mastroanni (filha de
Deneuve e de Marcello Mastroianni) dubla a própria Marji.
Controvérsia
Apesar de ter sido muito bem
recebido pela crítica européia e
americana -o filme Levou o
grande prêmio do Júri no Festival de Cannes no ano passado-, "Persépolis" gerou polêmica junto ao governo do Irã,
que considerou o retrato da Revolução Islâmica totalmente
infiel à realidade.
Quando foi exibido em Cannes, o governo iraniano divulgou uma nota condenando a
forma como o país é representado na obra.
(LETICIA DE CASTRO)
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