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música
No estúdio com Fresno
Fresno deixa o hardcore e inclui sintetizadores e batidas
digitais em novo disco; seria um novo estilo, o "emotrônico"?
JOSÉ FLÁVIO JÚNIOR
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Em 2000, quando
"Anna Júlia" era a
música mais tocada
do país, os cariocas
Los Hermanos faziam questão de frisar em entrevistas que o grupo tocava
hardcore. Havia mesmo uma
semente do gênero no primeiro
CD deles. Mas com o lançamento do sucessor, "Bloco do
Eu Sozinho", o discurso mudou. O som também, diga-se. E
a banda passou a ser prestigiada por quem a desprezava.
"Redenção", quarto álbum da
Fresno, está previsto para abril
deste ano. Tem toda a pinta de
que vai representar para o
quarteto gaúcho o mesmo que
"Bloco" foi para a turma de
Marcelo Camelo.
"A gente se livrou totalmente
do hardcore", diz o vocalista
Lucas, no estúdio do produtor
Rick Bonadio, em São Paulo.
Segundo o cantor, "Redenção" será o trabalho mais pop
do grupo, cheio de programações eletrônicas. A reportagem
do Folhateen ouviu as gravações de "Passado", música totalmente inspirada em The Killers, e a experimental "Milonga", que remete tanto ao trio
inglês Muse quanto à disco
music. "Alguém que te Faz Sorrir", que chegou à parada da
MTV quando a banda ainda era
independente, pinta regravada.
No ano passado, a emissora
concedeu à Fresno o troféu de
artista revelação. O grupo considera o prêmio um marco, que
só aumenta a expectativa por
bons resultados em 2008. "Todo mundo fala que este será o
ano da Fresno", diz Vavo, o guitarrista. Com a agenda mais
cheia do que nunca, a banda
mira num especial de tevê. "É o
"projeto Criança Esperança".
Nossa meta é abraçar o Didi",
brinca Lucas.
O vocalista confessa estar
apaixonado pela cantora de 15
anos Mallu Magalhães, que
descobriu pela televisão. Para
ele, quem acontece tão cedo só
tem de tomar cuidado para não
acabar "se achando muito".
A Fresno começou quando
os integrantes cursavam o segundo grau, como Mallu. Na
segunda apresentação do grupo, em 2004, a fila para entrar
na casa dava volta no quarteirão, algo que também tem
ocorrido com Mallu. "A ralação
no underground ensina muito.
Nessa época você tem alguma
fama, mas nenhuma grana."
Com impressionantes oito
turnês pelo Nordeste e dois
shows em Manaus no currículo, a Fresno só não marca presença nos principais festivais
independentes do país. "Sempre somos deixados de lado.
Nunca fomos convidados para
tocar num Abril Pro Rock", reclama Lucas. O que costuma
barrar o grupo é a resistência a
três letrinhas: emo. "A gente ficou estigmatizado. Mas, se o
cara ouvir pelo menos as três
primeiras músicas do novo disco, vai ver que a história é diferente", conta o baterista Cuper.
Vale dizer que esta entrevista rolou na data do primeiro
show do My Chemical Romance em São Paulo. Quando questionados se iriam conferir os
americanos ao vivo, Lucas respondeu: "É hoje? Na real, a galera aqui quer ver é o Interpol."
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