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Sexo & Saúde
Jairo Bouer - jbouer@uol.com.br
Riscos do sexo oral
"Tenho 20 e desde os 16 mantenho relação sexual com
outros homens. Queria saber se praticar sexo oral sem
proteção tem risco de pegar Aids? Acho que não tem graça
fazer sexo oral em parceiro que usa camisinha!"
SEXO ORAL é um dos temas mais "espinhosos" quando falamos em proteção contra
as doenças transmitidas pelo sexo
(DSTs), incluindo a Aids. Vamos aos fatos!
O sexo oral foi uma prática que se popularizou nas últimas décadas. Uma pesquisa de
2002 do Centro Nacional de Estatísticas em
Saúde dos EUA mostrou que lá quase 30% dos
adolescentes de 15 a 17 anos já tinham praticado sexo oral e 40% deles já tinham recebido.
Os especialistas concordam que o risco é maior para
quem pratica do que para quem recebe o sexo oral. Além
disso, o risco de se contaminar com a Aids no sexo oral,
por exemplo, é bem menor do que em outras formas de
sexo, como o vaginal ou o anal. Mas o risco existe!
Recentemente, foi publicado um trabalho que mostrou um risco maior de desenvolvimento de câncer de
garganta em pessoas portadoras do vírus HPV que haviam feito sexo oral sem proteção com vários parceiros.
Além disso, volta e meia, são descritos casos de doenças como sífilis e gonorréia em que a forma de transmissão foi o sexo oral. O raciocínio é que, se uma pessoa tem
um vírus ou uma bactéria no pênis ou na vagina, muitas
vezes, esse microorganismo pode passar pelas secreções
ou mesmo pelo contato direto para a boca do parceiro.
E por que tão pouca gente se protege? Muitos não encaram sexo oral como sexo e, sim, como uma preliminar
que não merece cuidados. Depois, como as pessoas sabem que os riscos são menores elas acabam não levando
a sério a proteção. Para terminar, o uso de camisinhas ou
de filme plástico na entrada da vagina ou, ainda, o uso de
camisinha no pênis não parecem alternativas atraentes.
Resumo da ópera: se você faz sexo oral com vários parceiros, é bom usar a camisinha.
Em tempo: há algumas semanas, a gente respondeu a uma dúvida de uma
garota alérgica ao látex, informando
que hoje no Brasil tanto as camisinhas masculinas como as femininas
são feitas com esse tipo de borracha e
que, portanto, ela tinha poucas saídas
no mercado. A Coordenação Nacional
de DST/ Aids mandou um recado bacana: o preservativo feminino comprado
pelo Ministério da Saúde e distribuído em alguns serviços de saúde e
ONGs ainda é o de poliuretano
(plástico), boa alternativa para
quem é alérgico. Para saber onde
achar esse tipo de produto, ligue para o Disque Saúde (0800 61 1997).
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