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CINEMA
Festival de Curtas destaca filmes rápidos e assustadores
Morra de medo
FERNANDA MENA
DA REPORTAGEM LOCAL
"Filmes pequenos e assustadores, rápidos e divertidos,
curtos e abomináveis." É assim
que o cineasta Dennison Ramalho define os dez programas de
filmes de terror -dos quais é
curador- que são destaques
do 14º Festival Internacional de
Curtas-Metragens de São Paulo.
O evento abre na quinta
(28/8), ocupa 11 espaços
de cinema de São Paulo,
até 6/9, e promete arrepio e frio na barriga dos
espectadores mais corajosos ao jogar luz em 40
curtas que provocam
horror, medo e susto.
Ramalho também é o
autor do curta de terror
"Amor Só de Mãe", versão cinematográfica da
música "Coração de
Mãe", de Vicente Celestino. O diretor criou polêmica
no Festival de Gramado, durante a exibição de seu filme, na semana passada, ao apresentar a
atriz de filmes eróticos Débora
Muniz (estrela de "Amor Só de
Mãe") à platéia, ordenando ao
público: "Curve-se, vassalagem". Ramalho foi vaiado.
Terror
O maior destaque dessa leva é "Frankestein de
Thomas Edison" (1910),
um clássico que remonta aos primórdios da
história do cinema e que
é considerado o primeiro filme de horror, de
autoria de Thomas Alva
Edison (1847-1931),
também inventor do fonógrafo (toca-discos).
Outros destaques são
"A História de Fantasmas de Orson Welles", estrelado
pelo diretor americano, "O Matador de Peixinhos", de Alexandre Gravas, filho do cineasta
grego Costa-Gravas, e "Kitchen
Sink", de Alison MacLean (diretora da badalada série "Sex &
the City").
O mestre do terror brasileiro,
José Mojica Marins, participa
com "Fim", seu mais recente
trabalho em película, e com
"Reino Sangrento", o filme mais
antigo de sua carreira.
O terror mais repugnante, pesado e violento do cinema recente está no programa "Mondo
Hardcore", que traz um "quase-snuff movie" intitulado "Porco". O filme contém cenas fortes
de autoflagelação e foi dirigido
por Nico B. e por Rozz Williams,
vocalista da banda de rock gótico Christian Death.
Sem medo
O festival de curtas, no entanto, vai muito além do terror. São
382 títulos de 42 países. E, aí, há
espaço para as ironias do francês Jacques Tati (que tem uma
mostra especial dedicada a ele),
para a animação (com trabalhos
do estúdio de Nick Park, autor
de "A Fuga das Galinhas"), para
filmes oriundos da periferia
(realizados em oficinas digitais
promovidas pela associação Kinoforum), para a diversidade
sexual (no programa Mix Brasil,
que debate, no Mix Jovem, a homossexualidade na adolescência) e para a publicidade milionária, com a série "The Hire" de
curtas patrocinados pela BMW
(cujos carros "estrelam" os filmes) e dirigidos por nomes como John Woo e Tony Scott.
"Um Homem Encantador",
de Martin Strange-Hansen, vencedor do Oscar 2003 de melhor
curta de ficção, o engraçado
musical "Mulit" que conta a história de um cabelereiro indiano
dos anos 70 que inventou o corte de cabelo mullet, e o documentário "15", de Royston Tan,
que trata da juventude de Cingapura e que foi banido pela censura do país, merecem sua atenção e empenho nas filas.
A programação completa do
Festival de Curtas está no site
www.kinoforum.org.
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