UOL


São Paulo, segunda-feira, 25 de agosto de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ESTANTE

O amor que os poetas nos ajudam a viver com suas palavras ritmadas

LUÍS AUGUSTO FISCHER
COLUNISTA DA FOLHA

"Sonetos de Amor"
Autor: Camões
Editora: Landy
Contato: 0/xx/11/3081-4169
Quanto: R$ 20

Não sei em que altura da experiência amorosa você está: no cume ou no buraco, há tempos ou há pouco. Mas é certo que o amor faz parte da sua vida e é das coisas que mais valem a pena.
O que você pode não ter descoberto é que os poetas ajudam a viver o amor. Não que eles resolvam a questão. Aliás, longe disso. Eles colocam em palavras encadeadas e ritmadas as meditações desse imenso âmbito da humanidade.
Um apaixonado, no fogo do interesse erótico, é capaz de prometer: "Eu cantarei de Amor tão docemente, por uns termos em si tão concertados, que dois mil acidentes namorados faça sentir ao peito que não sente". Não entendeu? "Concertados" é ajustados, "acidentes namorados" é "detalhes amorosos". Mas o sentimento da potência do amor deu para entender bem. Outro exemplo, que conta sobre a sensação de fusão entre o que ama e o seu amado: "Transforma-se o amor na coisa amada, por virtude do muito imaginar".
Esses são apenas dois inícios de poemas. O autor é Luís Vaz de Camões, nascido por volta de 1520 e morto em 1580. Camões, você sabe, foi um poeta português que ajudou a inventar a língua em que nós amamos, xingamos e compramos sanduíche. Os dois sonetos estão acompanhados de outros 214, numa edição bem concebida.

Texto Anterior: Folhateen explica: Ataque à ONU expõe fragilidade do poder no Iraque
Próximo Texto: Orelha
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.