São Paulo, segunda-feira, 25 de novembro de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

GAMES

Japão confere a Dead to Rights o selo de classificação adulta por causa da violência

Diversão proibida para menores de 18 anos

DA REPORTAGEM LOCAL

Desde que alguns adolescentes norte-americanos surrupiaram as armas de fogo de seus pais e metralharam os colegas da escola, os videogames que simulam situações de violência se tornaram alvo de desconfiança mundial.
Especialistas, educadores, governantes e moralistas de plantão suspeitaram que o consumo de games violentos influencia seus admiradores a cometer crimes. Tal hipótese nunca foi comprovada.
Mesmo assim, em 1994 foi criada a ERSB (Entertainment Software Rating Board), uma entidade independente que classifica os jogos para consoles e para computadores de acordo com a idade considerada (por eles) a mais adequada para cada tipo de game.
No Japão, a entidade que cuida da classificação dos jogos é a Cero (Computer Entertainment Rating Organization), que recentemente recomendou Dead to Rights, jogo da Namco para o Xbox, somente para maiores de 18 anos.
O jogo conta a história de Jack Slate, um policial cujo pai, um ex-policial, foi assassinado. Ao caçar o responsável pela morte de seu pai, Slate o encontra morto e acaba sendo incriminado.
No decorrer das fases, Jack tem como desafio descobrir quem confia nele e quem quer vê-lo morto, na tentativa de limpar seu nome e de vingar sua família.
Por causa da trama e das cenas ditas violentas, Dead to Rights será o primeiro título a receber o selo adulto no Japão.
Quem já experimentou o jogo por aqui garante que a única parte que poderia ser considerada "imprópria" é aquela em que rola um striptease, o que, digamos, não é nada de novo para qualquer garoto de 15 anos que assista à programação vespertina dos canais da TV brasileira aberta. Ainda mais porque é uma imagem feita em computador, e não uma mulher ali, de verdade, nos programa que dominam as tardes e os domingos.

Castor fofinho
No Brasil, uma medida do Ministério da Justiça, baixada em 2001, instituiu que todos os videogames comercializados no país deviam ser submetidos a uma classificação por faixa etária, realizada pela mesma equipe que indica a censura e os horários dos filmes exibidos na televisão.
Seguindo alguns critérios selecionados, como violência (moderada ou extrema), nudez, sexo, consumo de drogas, deturpação de valores éticos e tensão, os games vendidos nas lojas vêm hoje com um selo indicando a idade mais adequada para consumo e o gênero de seu conteúdo.
Conker's Bad Fur Day, por exemplo, para Nintendo 64, jogo em que um castor fofinho se comporta como maloqueiro, fumando, bebendo e disparando um bom número de palavrões por minuto, foi recomendado no Brasil apenas para maiores de 18 anos.

Retrô
Se os novos games, especialmente os violentos, parecem cada dia mais reais -tanto nos gráficos como nos efeitos-, uma onda retrô está por vir com o relançamentos de jogos mais ingênuos, nos quais os desafios passam longe de armas e de sangue. Entre os clássicos a serem relançados estão Sonic, que ganha versão para PC, e a série Super Mario para Game Boy Advance e para GameCube. (FM)


Texto Anterior: Fique atento
Próximo Texto: Escuta aqui - Álvaro Pereira Júnior: Vestibular brasileiro é um ritual de brutalidade
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.