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MALHAÇÃO
Livro classifica centenas de beijos, e casal testa cinco maneiras de beijar
484 formas de beijar
Lalo de Almeida/ Folha Imagem
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Beijo que marca |
FERNANDA MENA
DA REPORTAGEM LOCAL
Um beijo nunca é igual ao outro, para o
bem ou para o mal. Num tempo em
que é prática comum entre os mais atirados beijar primeiro e conhecer o dono da
boca depois ou mesmo competir com
amigos para ver quem beija mais em
uma balada, o beijo mais casual ainda é
algo poderoso: são minutinhos (segundinhos até) que fazem o resto do mundo
desaparecer.
Quem já experimentou, pode apostar
que quer repetir. Quem nunca sentiu na
boca a boca de alguém, ou seja, quem é
BV (boca virgem), em geral quer deixar
de sê-lo o quanto antes.
Tanto para iniciantes como para beijoqueiros de carteirinha, chega às livrarias
em dezembro "Dossiê do Beijo: 484 Formas de se Beijar", do jornalista Pedro
Paulo Carneiro, que não revela a idade.
Desde o seu primeiro beijo, há 12 anos,
Carneiro ficou obcecado pelo assunto.
"Pesquiso tudo sobre isso. Já fiz mais de
16 mil entrevistas com gente de todos os
Estados brasileiros e de diversos países
do mundo", revela.
Para classificar 484 beijos, Pedro Paulo
desenvolveu uma técnica: discriminá-los
de acordo com a pressão, a respiração, a
salivação, a posição da língua, a profundidade e o gestual.
"Já experimentei todos", gaba-se.
Ciência e poesia
Sob a ótica científica, um beijo parece
algo bem pouco interessante: a justaposição anatômica dos dois músculos orbiculares da boca no estado de contração, que
promove o aumento das batidas do coração e a troca de água, sais, gorduras e cerca de 250 vírus e bactérias diferentes. Eca!
"Beijar é vencer a barreira do pudor e
da repugnância já que há contato de fluídos", explica a psicóloga Lídia Aratangy.
Nojeiras à parte, sentir o gosto da pessoa de quem você está afim e receber dela
a manifestação de carinho implícita em
um beijo certamente é a maneira mais
gostosa de pegar um germe. Mesmo que
ninguém chegue a pensar nisso quando
está beijando.
Abordagem mais adequada do beijo foi
a do poeta romântico inglês Percy Bysshe
Shelley (1792-1822): "As almas se encontram nos lábios dos enamorados".
"Existe uma mística do beijo, que está
rodeado de romantismo e de expectativas. O beijo coloca duas pessoas em contato, desperta seus corpos e é preparatório para o sexo", explica Lídia.
No entanto Carneiro suspeita de que o
primeiro beijo seja uma prova ainda mais
complicada que a primeira transa. "O
primeiro beijo, em geral, tem platéia. A
primeira transa, não."
Cultura do beijo
As primeiras evidências da existência
da prática do beijo datam de 1500 a.C. e
estão nos templos de Khajuraho, na Índia, em imagens de casais se beijando. No
entanto o cientista Charles Darwin, em
sua teoria da evolução das espécies, afirma que a origem dessa carícia é mais antiga: trata-se de uma sofisticação das
mordidas que os macacos trocavam em
seus rituais pré-sexuais.
De alguma forma, cada cultura acolheu
e desenvolveu a prática do beijo à sua
maneira. Hoje em dia, a diferença entre
um beijinho no Japão, na Rússia e na Espanha, por exemplo, é enorme. Os japoneses ainda consideram o beijo em público um ato obsceno, os russos usam as bitocas para cumprimentar -seja homem
com homem, seja homem com mulher,
seja mulher com mulher- e os espanhóis, por mais que adorem um amigo
que encontram, quase nunca o beijam.
Teste
Para tirar a prova de cinco das 484 formas de beijar do livro de Carneiro, o Folhateen convidou os namorados Camilla
Caminata, 18, e Marcelo Foffa, 22, para
testá-los e comentá-los. Veja acima.
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