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SEXO & SAÚDE
Jairo Bouer - jbouer@uol.com.br
Acabou?
Existe uma ética no final dos relacionamentos? Há
duas semanas escrevi aqui no Folhateen sobre
término de namoro e recebi muitos e-mails comentando o assunto e relatando histórias pessoais. Em
comum, muita mágoa, tristeza, decepção, surpresa e
raiva. Foram poucos os namoros que acabaram bem!
Mas será possível acabar bem? Claro que sim! Quando os dois percebem que o relacionamento tem problemas, fazem tentativas de mudanças e se dão conta de
que não existe uma solução possível, é importante sentar, conversar e pensar em uma saída menos dolorosa.
É lógico que rola sofrimento (até porque, apesar do
fim do namoro, muitas vezes as pessoas ainda se gostam). Mas, pelo menos, o caminho fica limpo e aberto
para uma futura amizade. Só que tudo isso exige coragem de enfrentar os problemas e disposição para achar
uma solução. Confusões à parte, nada de ficar fingindo
para si mesmo e para o outro que está tudo bem! Enfim,
é um último esforço que qualquer relação de confiança,
cumplicidade e carinho merece. Você não acha?
Mas, em geral, não é isso que se vê por aí. Insatisfeito,
infeliz, sentindo-se "preso" ou, ainda, achando que está
perdendo tempo de sua vida, a pessoa acaba tentando
achar uma via de saída mais fácil, mais rápida (pelo menos para um dos lados). É aí que se abre espaço para
traições, para mentiras e para o uso de recursos que,
muitas vezes, decepcionam e chocam quem conviveu
por anos com o outro. O resultado final é péssimo!
Para complicar esse cenário, em tempos de exposição
digital, Facebook, Orkut e redes sociais afins acabam
passando o recibo de tudo o que está acontecendo. Ou
seja, o namoro acaba, um dos dois é pego de surpresa e
ainda é obrigado a acompanhar o desenlace de toda a
história pela internet. Será que isso é justo?
Quando se analisam dados de pesquisas de comportamento e sexualidade (por exemplo, a última do Ministério da Saúde, de junho de 2009), é possível perceber
que boa parte dos jovens acaba tendo outras histórias
enquanto ainda está vinculado a parcerias estáveis (namoros). Sem querer fazer julgamento moral dessa situação, a pergunta que fica é: não existe uma maneira
mais ética, mais bacana de cuidar do outro no momento
de um final de namoro? Pense nisso!
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