São Paulo, segunda-feira, 26 de outubro de 2009

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SEXO & SAÚDE

Jairo Bouer - jbouer@uol.com.br

Acabou?

Existe uma ética no final dos relacionamentos? Há duas semanas escrevi aqui no Folhateen sobre término de namoro e recebi muitos e-mails comentando o assunto e relatando histórias pessoais. Em comum, muita mágoa, tristeza, decepção, surpresa e raiva. Foram poucos os namoros que acabaram bem!
Mas será possível acabar bem? Claro que sim! Quando os dois percebem que o relacionamento tem problemas, fazem tentativas de mudanças e se dão conta de que não existe uma solução possível, é importante sentar, conversar e pensar em uma saída menos dolorosa.
É lógico que rola sofrimento (até porque, apesar do fim do namoro, muitas vezes as pessoas ainda se gostam). Mas, pelo menos, o caminho fica limpo e aberto para uma futura amizade. Só que tudo isso exige coragem de enfrentar os problemas e disposição para achar uma solução. Confusões à parte, nada de ficar fingindo para si mesmo e para o outro que está tudo bem! Enfim, é um último esforço que qualquer relação de confiança, cumplicidade e carinho merece. Você não acha?
Mas, em geral, não é isso que se vê por aí. Insatisfeito, infeliz, sentindo-se "preso" ou, ainda, achando que está perdendo tempo de sua vida, a pessoa acaba tentando achar uma via de saída mais fácil, mais rápida (pelo menos para um dos lados). É aí que se abre espaço para traições, para mentiras e para o uso de recursos que, muitas vezes, decepcionam e chocam quem conviveu por anos com o outro. O resultado final é péssimo!
Para complicar esse cenário, em tempos de exposição digital, Facebook, Orkut e redes sociais afins acabam passando o recibo de tudo o que está acontecendo. Ou seja, o namoro acaba, um dos dois é pego de surpresa e ainda é obrigado a acompanhar o desenlace de toda a história pela internet. Será que isso é justo?
Quando se analisam dados de pesquisas de comportamento e sexualidade (por exemplo, a última do Ministério da Saúde, de junho de 2009), é possível perceber que boa parte dos jovens acaba tendo outras histórias enquanto ainda está vinculado a parcerias estáveis (namoros). Sem querer fazer julgamento moral dessa situação, a pergunta que fica é: não existe uma maneira mais ética, mais bacana de cuidar do outro no momento de um final de namoro? Pense nisso!


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