São Paulo, segunda-feira, 26 de novembro de 2007

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TV

Gigantes do ringue

Divulgação
Dois contra um: eles parecem voar


Um ringue, lutadores bizarros, fãs enlouquecidos. É a luta livre de volta à TV

JULIANA CALDERARI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM MIAMI

O Brasil que viu Ted Boy Marino se pegar com o Fantomas no auge da luta livre nos anos 60 -e que anda órfão do gênero "Gigantes do Ringue" ou "Telecatch"- já pode comemorar: o SBT transmitirá, a partir de 15 de dezembro, os programas "Raw" e "Smackdown", produzidos pela pela corporação americana World Wrestling Entertainment (WWE).
Se você nunca viu, prepare-se para se deparar com os tipos mais bizarros. Tem o rapper, o emo, o latino e até um anão que cospe tinta verde! Achou pouco? Há ainda um clone do Jim Morrison, um indiano de 2,20 metros e muitas gostosonas na lista de performers da liga. E, sim, eles são performers.
Os musculosos de cara zangada que atraem milhares de pessoas às arenas americanas são, no fundo, atores especializados em dar porrada. "Há três times de roteiristas escrevendo os scripts", admite Gary Davis, diretor-executivo da WWE.
Já para quem está no ringue, dizer que tudo é encenação é querer comprar briga. Randy Orton, atual campeão, diz que nada é combinado, pelo menos com ele. "Já sofri quatro contusões, já quebrei o pé e fiz cirurgias no ombro", irrita-se o mal encarado, em entrevista ao Folhateen. O termo politicamente correto é "esporte de entretenimento", ou seja, são atletas que estão lá para divertir.
Mas os fãs não estão nem aí para essa polêmica. No espetáculo que lembra um show de rock, a multidão clama por seus heróis, xinga os desafetos, pede seus golpes preferidos e, é claro, riem muito da luta pastelão.
A americana Lillian Aponte, 30, fã do personagem The Undertaker, em português, O Agente Funerário, fica aflita quando vê seu ídolo sangrando após levar uma cadeirada.
"Na dúvida, acredito que é sangue mesmo", afirma, em meio a gargalhadas. Lillian resume o espírito da luta livre de entretenimento: "Não importa se um personagem é bom ou mau, se é verdade ou não. O que importa é o carisma deles. Essa é a natureza do negócio".
Em meio a essa ambigüidade está a formula desse fenômeno que fatura mais de US$ 400 milhões por ano com shows, programas pay-per-view, revistas, bonecos e licenciamentos.
Para quem quiser se tornar um dos superstars, Carl DeMarco, presidente da WWE na América Latina, revela exclusivamente ao Folhateen o que seus olheiros procuram: "Antes de ser bom atleta e saber muitos golpes, tem que ter atitude e uma boa estrutura para saber lidar com o sucesso".

A jornalista JULIANA CALDERARI viajou a convite da empresa Bakus International

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