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SHOW
Mais uma vez, adolescentes passam apuros para conferir um show; dessa vez, o ídolo é o havaiano Jack Johnson
Na onda de Jack
Divulgação
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O cantor e surfista Jack Johnson, que se apresenta em São Paulo e no Rio |
LETICIA DE CASTRO
DA REPORTAGEM LOCAL
Com sua voz suave e violão calminho,
o havaiano Jack Johnson está causando furor no Brasil quase comparável ao do U2, que deixou centenas de fãs
revoltados e traumatizados com a confusão
na venda de ingressos.
Johnson se apresenta em São Paulo na
sexta-feira, dia 7/4, e no sábado, dia 8/4, o
show acontece no Rio.
Nascido em Oahu, no Havaí, Jack Johnson já foi surfista e diretor de documentários sobre surfe. E foi justamente o cinema
que proporcionou sua entrada no mundo
da música. Com o sucesso da trilha sonora
do filme "September Sessions", composta
por ele, Johnson decidiu finalmente investir na carreira de músico.
Com letras que falam sobre o amor e sonoridade que mescla pop, surfe music e
reggae, Johnson conquistou uma legião de
fãs adolescentes."Sou muito agitada. Ouvir
as músicas do Jack Johnson é uma maneira
de eu me acalmar", explica Bruna Anita
Felberg, 16.
A venda de ingressos em São Paulo começou no último dia 21 e foi marcada, a
exemplo do que ocorreu com o show do
U2, por filas grandes e confusão.
Em São Paulo, os ingressos para estudantes, vendidos pela metade do preço, esgotaram no primeiro dia e só podiam ser comprados nos quatro pontos de vendas, em
shoppings. Apenas 30% do total das entradas eram para estudantes, de acordo com
uma lei municipal.
Assim, muitos fãs adolescentes chegaram
cedo aos shoppings para garantir a entrada.
É o caso de Bruna. Ela chegou ao Eldorado,
em SP, às 7h15 do dia 21, com um grupo de
sete amigos. Foram quase os primeiros da
fila. Na frente deles, apenas uma pessoa.
Bruna avisou aos orientadores da escola e
aos pais que faltaria às aulas do dia e perderia uma prova, que depois poderá ser substituída, para comprar o ingresso. "Faço
qualquer coisa pelo Jack Johnson", brinca.
Martin Kuffner, 16, teve de encarar uma
peregrinação para garantir sua entrada.
Primeiro ele foi ao shopping Paulista, mas
desistiu quando viu o tamanho da fila. Ligou então para um amigo que estava no
Anália Franco, que disse que lá as filas eram
menores.
E lá foi ele, da avenida Paulista para a zona leste, com um grupo de amigos, tentar a
sorte novamente. Após cerca de duas horas
na fila, ele conseguiu comprar a entrada.
"Acho que vale a pena o esforço. Ele é o
meu artista preferido. Adoro as letras e o tipo de música, que é mais tranqüila", diz.
A organização do evento informou, por
meio da assessoria de imprensa, que atribui
as grandes filas "à enorme procura pelos ingressos de meia-entrada" e que "em todos
os pontos de venda, pessoas da organização
supervisionaram o atendimento. Todos foram atendidos."
Censura
Os adolescentes reclamaram do fato de o
show ter censura de 16 anos. Pessoas de 10 a
15 anos podem ir acompanhadas dos pais.
Mesmo assim, muitos pegaram emprestadas carteirinhas de estudante de amigos
mais velhos, na tentativa de driblar a fiscalização. Bruna escapou por pouco desse problema. Ela faz 16 anos hoje, 12 dias antes do
show. "Eu teria um ataque se não pudesse ir
a esse show. Eu amo, adoro, escuto as músicas o dia inteiro", conta.
Segundo os organizadores, a censura do
evento foi determinada pela Vara da Infância e Juventude.
Ao contrário da maioria dos shows que
faz nos Estados Unidos e Europa, geralmente intimistas, no Brasil Johnson tocará
para 20 mil pessoas em cada cidade. "Tudo
bem, pretendo chegar muito cedo para ficar bem na frente", garante Martin, ansioso
para conferir ao vivo hits como "Upside
Down" e "Sitting, Waiting, Wishing."
JACK JOHNSON. Quando: 7/4, às 21h30 (abertura
dos portões às 17h30 e show da banda ALO às
20h15). Onde: Arena Skol Anhembi, Av. Olavo
Fontoura, 1.209.
No Rio. Quando: 8/04, às 22h (abertura dos portões
às 17h30 e show com a banda ALO às 20h30). Onde:
Pça da Apoteose, r. Marquês de Sapucaí, s/nš.
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