São Paulo, segunda-feira, 27 de junho de 2005

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02 NEURÔNIO

Será que somos meio machas?

JÔ HALLACK
NINA LEMOS
RAQ AFFONSO


Na semana passada, levamos um susto ao ler o noticiário (quer dizer, a verdade é que, atualmente, levamos sustos com as notícias a todo momento). Mas não era o mensalão. Era o ministro Gilberto Gil, aquele mesmo que escreveu: "Minha porção mulher é a melhor porção que eu trago em mim agora". Ele declarou que a nova ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, tinha um "lado macho". Não temos nada contra o ministro. Mas ficamos pensando: "Como assim, lado macho?".
Às vezes, nós mesmas nos surpreendemos falando coisas do tipo: "Nossa, eu falei tudo o que devia para o meu pretê ontem; tem que ser muito macha para fazer isso". Ou: "Eu sou tão macha que troco sozinha a lâmpada do meu quarto quando ela queima".
Mas por que será que atos normais, tipo falar umas boas verdades para um pretê ou subir em uma escada e trocar uma lâmpada, são consideradas coisas de macho? Tem que ser meio macho para ter coragem? Coragem não é coisa de mulher?
Se não for, realmente, nós devemos ser muito machas. Somos muito machas porque cuidamos de nossas próprias vidas. Também somos muito machas porque resolvemos nossos problemas sem a ajuda de homens (quer dizer, a gente até gosta que eles ajudem, mas, se não ajudarem, tudo bem, a gente vai lá e faz sozinha).
Ainda somos muito machas, mas tão machas que costumamos ter mais coragem que muitos dos nossos pretês. Principalmente na hora de se declarar. E algumas vezes na hora de agarrar! Mas, muitas vezes, não é de macha que eles nos chamam quando os agarramos...
Mas, pensando bem, achamos que algumas coisas da vida feminina são muito mais machas do que as da masculina. Fazer depilação de virilha cavada, por exemplo. Duvidamos que algum homem tenha coragem pra fazer isso! E correr de salto alto? Tem que ser muito fêmea para não cair do salto!
Por isso, achamos que somos apenas garotas normais. Muitas vezes, muito machas. Outras, muito fêmeas. Assim como deve ser a nossa nova ministra. Que vai ter que rebolar para tratar com tantos aborígenes.

Momentos de histeria
Macho ou fêmea, o que importa é que tenha saúde!

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